terça-feira, 25 de agosto de 2015

EM CADA CANTO UMA POESIA


Uma reflexão sobre consciência ecológica 

Em Cada Canto uma Poesia é o título do livro de Maria Ignez Pereira, escrito em homenagem à cidade de Mogi Guaçu pelo seu 118° aniversário. Lançado em 1995 com o apoio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, a obra reúne poesias e trovas da autora e ilustrações do artista Rômulo Macedo Coutinho. O tema central é a preservação da natureza, tendo como fonte de inspiração o Rio Mojiguaçu.

A autora relata poeticamente o seu amor pela terra que lhe acolheu com tanto carinho, além de registrar sua indignação em relação descuido com a Natureza. Vários lugares marcantes de Mogi Guaçu são palco para as poesias, como por exemplo o Parque dos Ingás, a Cerâmica Mogi Guaçu, o Parque Chico Mendes e outros. Em outros momentos Maria Ignez registra fatos marcantes da nossa região. É o caso da crise das cerâmicas relatado na poesia Trem Martini. A obra abrange mais do que Mogi Guaçu. Há diversas passagens que relatam a infância da autora na Penha da antiga São Paulo e o seu fascínio pelo Rio Tietê. Tudo fica ainda mais belo por conta das ótimas ilustrações de Rômulo Coutinho, outro talentoso artista de Mogi Guaçu. 

Em suma, Em Cada Canto uma Poesia é um livro escrito há vinte anos, mas de temática atual; que ainda pode (e deve) nos fazer refletir sobre o Meio-Ambiente. Um presente da autora para Mogi Guaçu e os leitores. Qualquer um que ganhar as páginas do livro, vai conhecer um pouquinho da história da nossa cidade. 

Fica a resenha e a dica.  

Paul Law (membro da Academia Guaçuana de Letras)            

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Reunião de agosto de 2015 da AGL

Na tardo do dia 16 de agosto de 2015, em uma das salas da Faculdade Maria Imaculada de Mogi Guaçu/SP, os membros da Academia Guaçuana de Letras se reuniram para falar de literatura. A reunião contou com a presença do novo Acadêmico Luís Braga Jr, além dos Acadêmicos João Carlos, Cícero Alvernaz, Fátima Fílon, Eliana Teixeira, Mauro Santos, Diamantino Gaspar, Maria Aparecida, Afonso J. Santos e Paul Law. Também houve a participação da jornalista Luciane Bueno.

Os Acadêmicos comentaram sobre o evento Casa Aberta que será realizado em parceria com o SENAC em setembro. Também sobre a medalha José Maria Duprat e a premiação da ANL (O prêmio Formiga de Ouro), além da possibilidade da imprensa local realizar uma matéria sobre a Academia. Foram lidos poemas, textos e registradas algumas imagens. 




Fica o registro.
  

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

PORTAL


Entrar sem pedir licença
como quem vai pro altar,
revendo a fonte, o riso,
sonhando com flores e cantos.
Sentindo o prazer do encontro,
mudando de ares, de encantos,
ouvindo a poesia e os prantos
que a tarde oferece em seu manto.

Tecendo o olhar vespertino
na concha do dia que esvai,
criando momentos de anseios
que a vida e o mundo atrai.
Já posso me ver do outro lado
refeito esperando encontrar
um outro universo a se abrir
sorrindo a me esperar.

As tantas cantigas que soam
perdidas na tarde que desce,
seu som, seu carinho oferecem
na concha da mão que se entrega.
Rever tudo assim em poesia
bebendo o sol do meu dia
é mais que prazer e alegria
no intenso antever que anuncia.

A vida é cheia de anseios,
o mundo não tem mais receios,
não há mais espaço pro mal.
Enquanto ali atravesso,
meu sonho de amor recomeço
além deste lindo Portal.

Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras)

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Encontro da Casa do Escritor de agosto de 2015

Ocorreu no dia 8 de agosto de 2015, às 10h no auditório da Faculdade Maria Imaculada de Mogi Guaçu, o encontro bimestral dos membros da Casa do Escritor. As reuniões da entidade são abertas aos amantes de literatura que se reúnem para apresentar os seus trabalhos ou falar sobre o tema específico. Na oportunidade a presidente Samantha Lodi apresentou o poeta Patativa do Assaré. 

Houve declamação de poemas, apresentação de livro e música. Além de Samantha Lodi, outros membros da Academia Guaçuana de Letras estiveram presentes, como Maria Ignez Pereira, Eliana Silva, Maria Aparecida Fernandes Ramos e Paul Law. Confira algumas imagens do evento:


Todos os presentes

Maria Ignez sugeriu um texto

Maria Aparecida contou o seu "causo"

Eliana Silva comentou que o seu patrono na AGL é Patativa do Assaré

Música

Samantha e outros membros da Casa do Escritor

Fica o registro.
    

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Casa do Escritor se reúne para falar de Patativa do Assaré

A presidente da Casa do Escritor de Mogi Guaçu e Acadêmica Samantha Lodi deu entrevista ao jornal O Popular no dia 1 de agosto de 2015, comentando sobre o próximo encontro dos escritores regionais. Ele ocorrerá no dia 8 de agosto e é livre a todos os amantes de poesia e escrita em geral. O local será a Faculdade Maria Imaculada e o horário às 10h da manhã. 

Eis a reportagem na íntegra com trova da Acadêmica Maria Ignez e do membro da Casa do Escritor Roberto Nini: 


Agradecemos ao jornal e em especial à Ludmila Fountora, autora da reportagem. 
Fica o registro e o convite.  
   

sábado, 1 de agosto de 2015

AS ROSAS DA VIDA [POEMA EM PROSA]

AS ROSAS DA VIDA

Publicado por Mauro Martins Santosem 9 julho 2015 às 22:27 em Poema Livre







AS ROSAS DA VIDA

Revivi o cenário outra vez
Quando ali girava adolescente nosso mundo
Um amor tão longe envolto em névoas,
Que foi presente e o tempo o desfez...
O meu fremido desejo mais profundo


Teus olhos castanhos de brilho constante 
Linda boca que se entreabria brevemente

Ao passares, ao teu jeito me olhavas
Cenário fugaz de nosso mundo adolescente,
Ó ironia da vida e das coisas do amor...
Teu peito arfando, o rosto uma rubra flor,
Qual num encanto encerrada em eterna dor
Pois, eis que contigo não me importava;
 Após te transformaste, descobriste a beleza
Que em ti estava tão pronta e latente
 Guirlanda de flores a transformou em esplendor.

Tu passavas e de lindo jeito me olhavas,
A beleza em breves sorrisos, sempre calada,
Teu ar misterioso me explodiu em amor...
Ó ironia da vida, pelo amor que origina a dor...
Amor curioso - como seria seu franco sorriso?
Esse ar calado, mas não era tristonho...
Alimentavam-me os incessantes desejos
Atormentavam-me as noites em sonhos,
Onde está ela agora, que ela faz,
Canta, dança, sorri, tua imagem que é minha ela desfaz?
Ó ironia da vida e dúvidas das coisas do amor...
Sem ela um minuto, o coração não se satisfaz
Caído frente a beleza e tua personalidade
Altiva, orgulhosa, mas me amava, me amava...
A vida e suas peças: queria vê-la sorrindo...
Não só a vi sorrir, também ria e ironizava,
A falar um dia, que não mais me queria
A quem só te queria amar e amar... ó ironia!


Hoje, séculos já se passaram;
Relembrarás meu amor e teu fiel desdém,
Transformaste-me num ser tristonho a vagar;
Tu ao ficares velhinha, sem um alguém para amar,
Cosendo os retalhos dos tempos que eram belos,
Sentada ao pé do fogo, estando só, sem ninguém,
Relembrarás meu amor e vosso fiel desdém
Sobre meus ombros mortos porei minha saudade
Quanto por ti - em cruel paixão erigi castelos,
O quanto te amei... Não há mais palavras...
Você será sob a terra um fantasma qualquer,
Em sua tumba, enegrecida, as flores murcharão.
Só receberas sombria presença, em horas mortas,
Da amargurada visita de quem tu só torturaste.
Às vezes pergunto por que tu me arrebataste
Tiveste a jovem certeza de poder fazer-me te amar...?
Ó ironia da vida e dor que me perduraste
Amar e me amar para simplesmente abandonar!

Naquele distante milênio de nossa juventude,
Perguntas eu fiz, sonhei muitas outras vezes,
Com os teus olhos brilhantes, luminosos,
Para mim concorriam com o sol em esplendor;
Esmagando no peito e na alma a dor de tuas ironias
De meu amor deserto de teu amor, na angústia árida,
Agora plantada num jardim desfeito chamado passado;
Envolvido pela lembrança das flores: doces palavras
Proferidas por mim sem eco no profundo vale da desilusão.
Tão bem cultivastes no desprezo e no desdém,
Que juro por tudo que creio, pensava... De onde isto vem?
Vivenciar tal pesadelo - creio ninguém viveu!
Em atinar uma vida inteira, a transformação
De anjo em demônio, sem motivo, sem causa ou razão...
Tão tolo querendo a entender, com insistência, a procurava...
Assim fiz de um profundo abandono, nova vida e coração.

Cego por meus passados sentimentos irreais,
Sem olhos para aquela outra real criatura
Aquela que passava, olhava-me sorrindo, e sorrindo falava,
Sem mistérios; sem ocultos intentos a reverter;
Tudo que a crueldade e ironia roubaram da ternura,

Esta era uma só em todo lugar, emanava perfume da flor;
Àquela que uma única flor era uma declaração de amor.
A palavra tristeza, muito menos ironia, ela desconhecia,
Calar-se por quê?  Se a vida era bela e podia me amar
Ganhar somente em troca uma palavra, meu possível amor...
Ficava a sorrir e me olhar sem nada pedir ou esperar
Por aquela sofrendo, esta eu deixava de ver... de admirar.
Hoje canto toda a felicidade de com ela estar
  E um belo jardim de rosas a cultivar

Com as dúvidas dispersas, os sonhos florindo na estrada da vida,
O bem existe; evitando este tão belo quanto traiçoeiro sentimento:
A paixão celerada - que a alma cega - na busca do caminho,
No rastro luminoso do amor e do verdadeiro ninho;
O mal existe na alma perversa, sem explicação,
Enganamo-nos, a beleza às vezes nos tolhe a razão,
Desnorteia-nos, atira-nos fora da estrada num faiscar de momento.
Colocamos a felicidade onde a imaginamos
E não a pomos nunca no lugar onde estamos;
Relegamos pela paixão a paz à nossa alma em desalinho
A mente um mistério, camuflado da beleza por nós elegida,
Acomete-nos de loucura, deliramos acordados, para o fim do caminho,
Diferente de estarmos enamorados, em paz em com nossa vida, 
Ao lado nosso amor que tranquila e calma
 Vive, a dar-nos calor porque é amada e querida,

Para colhermos hoje, as rosas da vida!