segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

ENQUANTO O SOL BRILHA LÁ FORA...



ENQUANTO O SOL BRILHA LÁ FORA...


Muitas vezes nos caminhos que andamos diariamente não há mistério á nossa espreita. Nenhum perigo ou ataque eminente, nada sobrenatural, nem sobressaltos. E para garantir nossa integridade física a experiência e os alertas nos dizem: “ beber e dirigir está par e passo com a desgraça; fios desencapados se tocados no negativo e positivo vamos levar choque e o  perigo aumenta de acordo com a voltagem; os vícios nas drogas jamais aumentam os anos de vida, e quanto mais fundo for, o hospital a cadeia ou cemitério mais nítidos ficam.”

Alguns de nós sabemos e por nossos médicos somos alertados também, que certos “gatilhos” nos são proibidos como alimentos - que se os comermos ou bebermos - iremos ter surtos de enxaqueca, labirintite ou reações alérgicas. Sou um desses casos que tenho que seguir a mando médico a “Dieta do C”. Outros são alérgicos a lactose, e tantas outras coisas que para uns é de total inocência já para demais é um perigo a qualquer idade.  

Certos alimentos ou bebidas de cores escuras  compõem a chamada “Dieta do C” ou que começam coma a letra c - café, chocolate, Coca-Cola, cigarro cerveja, cachaça, são certos em fazer o nosso incomodo surgir quase imediatamente, mas nós teimosamente comemos, bebemos ou usamos alguns desses produtos - sabendo do resultado.

Sabemos que pensar em determinados assuntos tristes, pesados, desastrosos, irritantes, vergonhosos e decepcionantes (política brasileira por exemplo) constantemente, vão nos deprimir, mas cutucamos a ferida até doer. Assistimos os Jornais da TV, as noticias policiais, as catástrofes, o terror, os assassinatos, lemos jornais e revistas políticas. Estamos mais que sabedores sobre os tons emocionais que não devemos colocar na palheta de pintura de nossa vida diária, mas escolhemos exatamente aquelas que destoam ou não combinam com a paisagem que vamos elaborar. Temos opções de cores variadas nos tubos de tintas em nossa caixa de pinturas, mas acabamos por fazer uma obra feia, sem graça, sem aplausos, por teimosia ou preguiça de combinar as cores adequadamente.

Ao final da auto sessão-tortura, que sadicamente nos proporcionamos estaremos “caco”, para dormir com uma mochila de pedras e lixo nas costas, desnecessariamente, porque não mudamos uma fração de milésimo o mundo.

Assim fazemos tudo na vida. O trabalho de pensar nas coisas boas é o mesmo trabalho de pensar nas ruins, mas acabamos por pensar no mal, no feio, no ruim, na morte, na doença... Enquanto o sol brilha lá fora, o vento passa e Fernando Pessoa a nos dizer: “Há dias, que só de sentir o vento passar já vale a pena ter nascido”...  Achamos bonita a frase, mas não aprendemos a ter felicidade um pouquinho sequer, por pura questão de opção de pensamentos, porquanto já sabemos as respostas às nossas questões mais inerentes àquilo que fomos e somos. Ao que seremos está em outra dimensão. 

Temos em nós mesmos todas as respostas à natureza de nossos próprios sentimentos. Por fim temos que nos perdoar de erros cometidos no passado, pararmos de “dormir com aquela mochila nas costas”, depois perdoar aos outros, para não continuarem sendo pedras em nossa mochila; esvaziar a mochila já é um certo alivio. Tirá-la das costas, melhor ainda, para garantir um sono mais tranquilo.


Culpas são pesos sem amostras,
Desculpas preterição de perdão,
São mochilas de pedras às costas

Culpar-se, peso de inútil emoção.
Armadilhas que travam o caminhar
Embargam o amor em teu coração,

Centro de tua verdade, sem vacilar
Vá! Perdoe-se com toda superação!  


sábado, 18 de fevereiro de 2017

O CRIME DA JOVEM RUIVA

ANTOLOGIA, IMAGEM E LITERATURA




Criadora e Coordenadora do PEAPAZ -
Poetas e Escritores do Amor e da Paz - Mundial.

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COMENTÁRIOS FUNDADORA E COORDENADORES
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Extremamente FANTÁSTICO!
Sem encontrar palavras condizentes à minha emoção, após a leitura desse texto EXUBERANTE e BELO, no que diz respeito à criatividade e ao teor literário!
Com os olhos rasos de lágrimas, ante esse SHOW LITERÁRIO, abraço-te, com respeito e carinho.
Muito obrigada, querido poeta e escritor Mauro Martins Santos!!!
Beijos




Estimado amigo e poeta Mauro,
encantada com a grande beleza de seu texto,
para ler e reler muitíssimas vezes, bjs MIL.
[MARIA IRACI LEAL]




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O CRIME DA JOVEM RUIVA







Tema:  Lost in Thought
Perdido(a) em Pensamentos.

PRIMEIRO LUGAR: COM 20 VOTOS
PROSA [FICÇÃO]
Perdido(a) em Pensamentos.

O CRIME DA JOVEM RUIVA
Autor: Mauro Martins Santos - Moji Guaçu-SP - Brasil


LUZ
Este texto é um retorno luminoso semelhante à telha de vidro da "Felicidade" de Hermann Hesse quando um inocente menino.
No retorno veloz ao passado, um ser alado sobrevoa o mar de minha vida, e por percorrer o caminho luminoso deixa sua antítese trevosa e sombria, levando a perder-me nos meandros das árvores falantes. Pois a solidão é imensa no oceano do pensamento e os seres mais próximos dos semoventes são as amigas do reino vegetal. O pensamento mais veloz que a tudo que subsiste, vem de confins ignorados a habitar a carne com as dores e feridas, lançadas pelos carcereiros de minha amada Esperança, pelos carrascos encapuzados, preparados a levá-la á morte no patíbulo erigido fora das muralhas da razão e de todo entendimento.
Só não o fizeram ainda à bela jovem feita de sonhos reais e irreais como a dança das luzes espectrais do sol da meia noite na aurora boreal, por dúvida de qual forma levarão para sempre a chama vital que vitaliza as almas. Lá estão o cepo e o machado, o cesto para a cabeça, a calha para o sangue, lá está a corda exageradamente grossa e nós tão díspares para tão delicado pescoço - bastaria pequena torção . O amontoado de enorme caieira e o madeiro no centro para a queima da bruxa dos cabelos rubros: tu Esperança, cujo crime maior para os inquisidores são teus longos devaneios em silêncio absoluto à margem do cristalino regato.

Os inquisidores têm dúvidas de qual meio o povo que se acotovela irá apreciar mais. Afinal a Inquisição precisa ganhar apoiadores, precisam gostar do que veem - antegozar ao êxtase. Não basta trazer a mulher nua, não basta ser uma mulher, tem que ser jovem, pele macia, não basta tudo isso sem que ela seja surpreendentemente linda e encimando ser ruiva de olhos verdes ou azuis. Afinal os expectadores merecem um espetáculo de primeira ordem.  Há que ser impactante, rufar de tambores, choros e gritos e rogos femininos.

Uma feira sempre é montada para vender “lembranças” do "Dia da Queima de Mais Uma Bruxa". Mechas de cabelos vermelhos dentro de pequenos frascos eram vendidas como água no deserto. Fora das emanações do fanatismo, sadismo, antegozos, mórbidos prazeres - em domínio da razão - via-se a empulhação, a tapeação: pelos de animais, cabelos das esposas megeras tingidos - estas megeras eram as mais obsessivas e tresloucadas para a grande apoteose: coroada de ódio da beleza do corpo, da juventude, do rosto perfeito, do desejo de seus maridos, e prazer gozado lentamente ao ver um corpo queimando, um rosto se derretendo e virando cinzas ao fogaréu...


*

O pensamento não podia se perder ou ganhar asas e acabava por deitar raízes na chaga da qual se nutria - ao bel prazer - em cor e domínio: a Inquisição. A chaga que impingiam se alastrava ao vulgo, respiravam com delicioso prazer o cheiro de carne humana assada, e ao seu ritmo todos ingressavam no estertor do prazer mórbido.
Não é um dado falseado no momento, mas, pontuados acontecimentos de contornos precisos idos e havidos, para se conquistar seguidores, revoltados e fanáticos contra o segundo sexo, e introduzi-los nos currais do interesse da bipolarização do poder, que lá adiante era um só e único empoderamento, mas com ascensão de um, sobre o outro secular. Difusos personagens escapam aos exames seguidos de certas perguntas; rejeitam os nomes gravados na História, e assim ganham mais ênfase para alastrarem-se até o último limite do corpo e íntimo dos pusilânimes de sempre.

O SONHO

O momento em que pensava sobre isso, era bombeado e alimentado por seu subconsciente ativo durante o sono. Era, contudo um arquivo pálido perdido além de portais e janelas, torres e agulhas apontando para o céu e horizontes. Talvez muitas coisas se  relacionassem com ela: memórias de um cão que uivava ao longe com fome de carne, sinos tangendo na catedral escura de linhas góticas, massa feita de olhos de gárgulas, baços, de pessoas de sorrisos desdentados. Os dedos em garras no breu da noite... Depois tudo desce como um ser alado e pousa manso em certa manhã de sol.

O sol estava ali e produzindo energia para as forças de seu corpo esbelto e ereto, e sua altivez de mulher imensamente bela, cabelos longos como a cor do cobre puro, marchetado por ciganos romenos. Estava a minutos ou horas, quem sabe anos, menosprezada, destituída da aura das coisas deixadas num canto, como uma fada ou anjo tolhida de suas asas, sempre prontas e confiáveis.
Se aproximássemos de seu quarto o ouvido, como o fazemos com uma concha acústica ouviríamos dialetos, mas de encantos: vozes que remoem as tardes em sua longa solidão... Festa em júbilo de retorno à vida, que estava lançada ao profundo túnel do tempo regresso; vidas perdidas no vórtice de um revirar da ampulheta; papeis em branco dando lugar a pergaminhos amarelados e cobertos de iluminuras. Destaque para uma mulher ruiva, alta e bonita, amarrada ao cadafalso, assistida por uma corte real em primeira fila e um clero, ambos evanescentes.  

O linho grosseiro e áspero foi-lhe arrancado para exibir toda a sua nudez em que mais se destacava à alvura marmórea de seu corpo, o vermelho-ruivo dos cabelos.  Em sua visão fantástica tinha clara consciência que o prolator de capuz a escurecer o rosto sentenciava; “aquela mulher como uma perigosa bruxa - como se via por seus cabelos da cor do fogo do inferno - costumeiramente de olhos perdidos endemoninhados e balbuciando em voz baixa o dialeto das bruxas”.
Este pronunciamento  - lembrando-se da sentença -  era seu ignóbil crime: “estar sempre absorta e perdida em seus pensamentos, montando versos e estrofes, rebuscando rimas e com um estilete carvoejado grafando-as em um pergaminho”... Pensava em seu noivo que fora tomado por um torvelinho forte e veloz, se elevando para um ponto que ela sabia ser o caminho-futuro. Assim ia para as margens do ribeirinho, eivada de emoções na mais cristalina solidão.

FIM

Assim... Você deverá prender os brincos com os quais ele a presenteara. Ponha uma rosa vermelha nos cabelos que ele sempre toma por sedução.   Rebusque em suas gavetas que ficaram cheias de lembranças. Cesse seus pensamentos do passado, isto agora nada mais significa além de uma vivência a mais para sua alma.  Ache no fundo de uma das gavetas o Anel Mágico da Redenção. Ele tem agora um brilho forte, diferente. Olhe profundamente para a pedra ônix, lá no fundo de sua cor negra verá um ponto de luz gradativamente aumentando, um rosto surge, um lugar onde reside seu futuro lá esta ele a te esperar.
E a estação do ano, que estiver vivenciando - será uma eterna e florida Primavera - junto às janelas e vitrais espalhará seu brilho e aura com a mesma fidelidade que faz há séculos. E sempre fará...




domingo, 12 de fevereiro de 2017

POESIA E MÚSICA NA VOZ DE GIGLIOLA CINQUETTI E VÍDEO INSTRUMENTAL: Leo Rojas - El Condor Pasa



Letra da canção Il Condor [O Condor] em italiano na voz de Gigliola Cinquetti - com tradução em português.


Il Condor

L'amore come un condor scenderà
il mio cuor colpirà
poi se ne andrà.

La luna nel deserto fiorirà
tu verrai solo un bacio e poi
mi lascerai.

Chissà domani dove andrai
che farai?
Mi penserai?

Lo so, tu non ti fermi mai
ma pensa che io non vivrei
come potrei?

Un fiore dal dolore nascerà
il mio cuor pungerà
poi morirà.

L'amore come un condor volerà
fin lassù e così mai più
ritornerà.

Lo so, tu non ti fermi mai
ma pensa che io non vivrei
come potrei?

O Condor

O amor como um condor descerá
meu coração ferirá
e irá embora.

A lua no deserto surgirá
você virá, somente um beijo e depois
me deixará.

Quem sabe amanhã onde estará
o que fará?
Pensará em mim?

Eu sei que você não para nunca
e pensa que eu não viveria,
como poderia?

Uma flor, da dor nascerá
meu coração afligirá
depois morrerá.

O amor como um condor voará
até o infinito e assim nunca mais
retornará.

Eu sei que você não para nunca
e pensa que eu não viveria,
como poderia?

ESTE URL É  NA VOZ DE GIGLIOLA CINQUETTI : 
https://youtu.be/p9xHdUtblC0

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Abaixo Vídeo instrumental por Leo Rojas

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

MÁRIO "MENINO" QUINTANA E O POEMINHO (sic) DO CONTRA




Mário Quintana, gaúcho de Alegrete, o mais "descomplicado" dos poetas. Da ingenuidade espontânea como seguisse as fórmulas da farmácia de seu pai, onde trabalhou por cinco anos, palavras na medida e dosagem certas, ao humor leve e cativante. Não haverá outro Quintana. Perdeu-se a fôrma das formas e das fórmulas, não se aviam mais tais receitas para alegrar o coração.
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MÁRIO “MENINO” QUINTANA, E O POEMINHO (sic) DO CONTRA




Todos que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho

*
Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia.
(Mário Quintana)


Na sua vontade de compor com seus pares da Academia Brasileira de Letras, por quatro vezes foi derrotado nos votos, pelos acadêmicos seus colegas de letras, que optaram por outras indicações.

Porém...

"A imortalidade veio da admiração dos leitores.
Mesmo revisitando formas clássicas como o soneto, Quintana
manteve-se avesso aos ornamentos fúteis, seus textos têm uma vivacidade, humor e um tom coloquial mágico". 

[Astier Basílio - Jornal da Paraíba, 22-10-06]. 

*

Quintana por ele mesmo...

"Idades só há duas: ou se está vivo ou morto.
Neste último caso é idade demais,
pois foi-nos prometida a Eternidade."

"Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade.

Nasci no rigor do inverno, temperatura: 1 grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro - o mesmo tendo acontecido a sir Isaac Newton! Excusez du peu...

"Dizem que sou modesto.
Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho
que nunca escrevi algo à minha altura."

Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de autosuperação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?
Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante cinco anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Érico Veríssimo - que bem sabem (ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras". 

Texto escrito pelo poeta para a revista Isto É, de 14-11-1984.


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Discreto quanto à sua vida pessoal, Mario Quintana teve duas grandes paixões platônicas assumidas em versos: Cecília Meireles e Bruna Lombardi

"A amizade é um amor que nunca morre", disse Quintana.

Ele e Bruna, roteirista de filmes e poeta, se conheceram nos anos 80, durante uma Feira do Livro em Porto Alegre e se tornaram muito amigos. Ela foi diversas vezes apontada como a musa do poeta. 
Bruna, na sua última vinda ao R.G.Sul, declarou: "A nossa amizade foi baseada nisso: uma pequena e mútua companhia"
Quando perguntada sobre quais lembranças tinha de Mario Quintana, Bruna respondeu: " Passeando com ele pelas ruas de Porto Alegre, tomando café, olhando as pessoas e imaginando o que elas pensavam ou o que faziam."

"(...) Poesia é insatisfação, um anseio de autossuperação.
Um poeta satisfeito não satisfaz."


Abaixo, o último poema escrito por Bruna Lombardi
para Mario Quintana.



Onde quer que você
esteja
veja que agora
em algum lugar alguém
chora
porque você foi
embora.
Eu sei que você
continua
por aí nesse universo
achando rima pra verso
com humor e
melancolia
Perplexo feito criança
diante de cada mistério
sua sutil sabedoria
nota coisas tão
pequenas
que outro não notaria
E aqueles que ficaram
por aqui, nessa
passagem,
sentem no céu
esse anjo
que você sempre escondia
e desejam boa viagem.

[Bruna Lombardi]