quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

FELIZ NATAL A TODOS OS LEITORES



OBRIGADO MEUS QUERIDOS AMIGOS PELA HONROSA E GENTIL VISITA AO BLOG DURANTE TODO ESTE ANO DE 2017.
ESPERO PARA O NOVO ANO,PODER AINDA MAIS COMPARTILHAR COM BOA LITERATURA E CURIOSIDADES DE TODO O MUNDO SEMPRE DE FORMA A SERVI-LOS NO LAZER, INFORMAÇÃO E CULTURA.
DEUS LHES PAGUE POR TUDO AMADOS AMIGOS LEITORES!


HORIZONTES


Julgo difícil o "Eu poético" ter de escolher 
uma pétala de flor do "Jardim  de Poesias",
estranhar íntimos caminhos e vir a se perder. 
Ocorre, o estranho e difícil, porque a poética 
nos induz a existir discrição nas preferências.
Mas o acolher da Saudade é sempre apática,
é  o regresso ao recôndito da alma, a essência... 

Pois são letras que se movem,
se modulam
se inteiram...
Se consomem.

A poética vida,
se não consome
como dádiva
é consumida!

Disse o ¹poeta:
"Não tenho paredes,
só horizontes."

A vida é muito mais
que o horizonte visto 
de sua janela! Bem mais...

[M. Martins Santos]

¹ Mário Quintana

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

FALA MEU CORAÇÃO

"O Eu Poético"

FALA MEU CORAÇÃO

Não percebes o amor que lhe devoto...
Fere-me o fato de apenas disfarçar favores.
A amizade que me devotas e que denoto
é até mais nobre do que certos amores,
eis que permite que o objeto dela se divida
em outros afetos que não sofrem dores,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme,
não admite que a rivalidade seja incólume.
Terrível dilema, mas não dor tão suprema
que me tolha, embarace, embargue a razão,
se meus lábios não dizem, fala meu coração!

domingo, 17 de dezembro de 2017

UMA MENINA QUE PASSOU

*Desenho - grafite a cores, estilo hiper-realista

UMA MENINA QUE PASSOU...

A rua, de paralelepípedos cinza - fumegava.
O dia que fora quente virou um dia ventoso,
Uma menina ali passava sua saia levantava,
Rente às pernas as barras da saia segurava...

Pernas perfeitas eram-lhes a imagem vistosa,
Era garoto afoito que aos ventos só aplaudia,
No olhar lívido e rasteiro torcia pela ventania:
Tal imagem envolvia o prazer que se fantasia.

À noite sonhei com a menina vestida de rosa,
Imagem ao vento - desejo de vê-la outra vez,
Não mais haverei de ver tal flor tão mimosa?

Tão ruiva! Apenas foi passado? Não sumiste!
De ti, jamais me fora - e em mim tu persistes,
Tu que eu tivera amado, tu que ainda existes!

*Arte visual-desenho, no estilo acadêmico,
técnica grafite e penas nas minúcias, estilo: hiper-realidade.
-Qual a vantagem deste estilo se existe a fotografia? - pergunta-se.
- Poder criar uma imagem "real" de alguém inexistente... E/ou por Instantes no exato momento de sua criação ter o poder conferido pelo Criador de congelar o tempo imaginário, de como alguém poderia ter sido  em um passado, ou poderá sê-lo no futuro. 

Talvez assim  na Idade Média?

Ou assim em um desconhecido enigmático futuro?



Não ocorrera mais ou menos isso com a lenda grega de Pigmaleão e sua Galathéia - escultura feita a seu talante e desejo - tão forte que por ela se apaixonou?


[m.m.s]


sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

O VENTO PODIA TE TRAZER PARA CÁ
O vento podia te trazer para cá.
Você chegaria sem conhecer nada
e eu iria te buscar na rodoviária.
Eu ficaria ansioso olhando,
ficaria atento te esperando
torcendo pela sua chegada,
sua presença tão esperada
como se fosse um sonho.
Não sei qual seria a minha reação,
como iria reagir meu coração
quando você descesse do ônibus,
quando, finalmente, eu te visse
caminhando em minha direção...
O vento podia te trazer para cá
e te colocar, finalmente, nos meus braços,
eu te daria mil abraços,
te prenderia com meus laços,
te daria toda atenção
e você ficaria hospedada
para sempre no meu coração.
Cícero Alvernaz (autor) 21-08-2017.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

1ª Exposição Cultural Monteiro Lobato

Os Acadêmicos Fátima Fílon e Paulo Scollo Jr (Paul Law), participarão da abertura da 1ª Exposição Cultural "Monteiro Lobato", promovida pelo Departamento de Educação da Prefeitura Municipal de Estiva Gerbi/SP. Além dos membros da AGL citados, o evento contará com a presença da escritora Arlene Padrão e do escritor Bibiano Elói Jr, além de outros ilustres convidados.

A exposição estará aberta ao público nos dias 28 e 29 de novembro de 2017, das 08h ás 11h e das 13h às 16h no Centro Esportivo Mario Rocha, situado na  Rua Ângelo Zanco. A abertura do evento está marcado para o dia 27 de novembro de 2017 às 19h no mesmo local. 

Veja o cartaz de divulgação do evento:


Fica o registro e o convite a todos os Acadêmicos , assim como à população guaçuana.  

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

PELA FRESTA DA JANELA
Pela fresta da janela
eu vi a festa, vi a cara dela,
vi os comensais, o anfitrião,
vi a luz bruxuleante de uma vela,
vi também um velho lampião.
Vi a moça feia que dançava,
vi o homem tonto que olhava,
vi que alguém sorria e espiava
todo aquele quadro de horrores
que fora pintado em tantas cores.
Pela fresta da janela
eu vi a festa, vi a cara dela,
vi os convidados todos juntos,
deu até pra ouvir alguns assuntos,
tudo pela fresta da janela.
Eu queria entrar, participar,
ver, comer, beber e me folgar,
mas só vi da fresta da janela
velho lampião e a luz da vela,
pois ninguém chamou-me para entrar.
Cícero Alvernaz (autor)
07-11-2017.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

UNIVERSO DO MEDO

 
Vivemos hoje no "universo do medo".
Medo de ficar, medo de sair,
medo de opinar, medo de sorrir.
Medo, sempre medo, receio de falar
e não ser compreendido.
Vontade de gritar,
mas o medo nos deixa encolhidos.

Quase tudo é proibido pelo politicamente correto.
Temos que dançar conforme a música
e não podemos errar a letra,
sob pena de sermos vaiados em pleno palco da vida.
E assim engolimos a nossa opinião sobre diversos assuntos.
Ficamos sempre na dúvida entre falar e calar.
Se opinamos corremos sérios riscos,
se nos calamos somos omissos e sofremos mais.

Hoje, tudo é homofobia, discriminação, intolerância,
racismo e preconceito.
Andamos sempre como os animais
que só podem olhar pra frente
e mastigam diariamente um freio
que os limitam em seus movimentos.
Até quando?

Quem mais sofre com isto são as pessoas criativas,
aquelas que inventam e criam
e dão uma nova cor e sentido aos fatos do cotidiano.
Enquanto isto acontece,
os verdadeiros "bandidos" aproveitam para trapacear
e espezinhar tornando a vida,
o mundo, num universo do medo,
num quase calabouço, ou num "cala boca".

Onde fica a nossa liberdade de expressão?
Como disse alguém: "Isto aqui está parecendo
uma  Ditadura".

sábado, 28 de outubro de 2017

O AMOR


















O AMOR 

Um amor quando é grande o suficiente
Espera aquilo que outro não pode ver,
Ciente na espera é benigno e paciente.

Tem esperança naquilo que parece irreal
Aos olhos e sentidos das demais pessoas;
Tal amor é suficiente, consciente e real...

Na espera tudo crendo, reside seu valor.
Não nos jactemos de conquista no amor,
Por não ser obra nossa senão do Criador.

Não dizemos aos olhos não preciso de vós,
Se não os temos - sofremos na escuridão
Com o amor assim é - ele faz parte de nós!




quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Reunião de outubro de 2017 da AGL

No dia 21 de outubro de 2017 às 15h, primeiro nas dependências da FIMI, no pátio próximo á cantina para ser exato, e, depois, na praça em frente á Faculdade, reuniram-se os membros da Academia Guaçuana de Letras para tratar de assuntos diversos com foco em Literatura.

Participaram desta reunião os novos Acadêmicos Marcos Cunha, Carlos Alcântara e Airton Damasio, além dos Acadêmicos Cícero Alvernaz, Augusto Legaspe, Diamantino Gaspar, Maria Ignez, Rosely Rodrigues, Angela Camargo, João Carlos, Afonso J. Santos, Eliana Silva, Paul Law e Jayme Cardozo.   

A AGL recebeu a visita do escritor mogimiriano Luís Antonio Padovani. 

Os Acadêmicos elegeram a nova diretoria que gerenciará a Instituição nos próximos quatro anos (2018/2021), a saber:

Presidente: Luís Braga Jr.
1º Vice: Angela Camargo
2º Vice: Jayme Cardozo
1º Tesoureiro: João Carlos (Joca)
2º Tesoureiro: Cícero Alvernaz
1º Secretário: Afonso J. Santos
2º Secretário: Paul Law (Paulo Scollo Jr)
Bibliotecário: Maria Ignez

Conselho Fiscal:
1º: Diamantino Gaspar
2º: Augusto Legaspe
3º: Ubaldino

Suplentes:
1º: João Vitor Rossi
2º: Mauro Martins
3º: Mariana Camilo
4º: Eliana Silva

Confira algumas imagens cedidas pelos Acadêmicos Cícero Alvernaz e Jayme Cardozo:


 
 




 Fica o registro.     

domingo, 22 de outubro de 2017

NOITES FRIAS



NOITES FRIAS

Os cabelos embranqueceram,
Imitando neve das noites frias;
As ilusões nos abandonaram...
Filhos se foram indo, dia a dia.

O lar um imenso casarão virou,
Um velho castelo  abandonado.
O filho caçula também se casou,
A filha com seu único namorado.

Então passei a escrever poesia,
Algo quase sempre se aproveita
Vale para afugentar a nostalgia...

Meu forte, amigos, acredito ser:
Alinhavar ditames e pensamentos,
Peço a Deus só saúde pra escrever!

sábado, 21 de outubro de 2017

FLORES QUE MURCHAM PRECOCES

FLORES QUE MURCHAM PRECOCES




Flores que murcham precoces

Elejo esta saudade, por sofrer na ausência minha dor,
Saudade catedral do fadário onde se cultua a emoção,
Tenho saudade das flores que murcham precocemente,
Temos saudades daqueles que se vão pobres de amor...
Na fantasia, arte e encantamento da fábrica de ilusão, 
Ela povoou minha juventude, e se foi tão tristemente!

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HOMENAGEM À ROMY SCHENAIDER 

À eterna Sissi, a camponesa adolescente, dos campos da Bavária 
a tornar-se  Imperatriz da Áustria. 
Das telas da sétima arte, Romy Scheneider no papel da verdadeira Sissi
em uma trilogia de filmes alimentou sonhos adolescentes em todo o Planeta. 
Ela tinha tríplice nacionalidade: Autríaca (nasc.) alemã e a que adotou como particularmente sua, a francesa.
Em seus 17 anos, personificou a beleza, a candura a meiguice de forma 
excepcionalmente natural como se fosse tudo verdadeiro. Ela deu os ares 
próprios da ingênua princesa de contos de fada à personagem inesquecível, como ela própria ficou conhecida nas telas dos cinemas do mundo, como Sissi - A imperatriz .
Sua filha mais nova Sarah tinha 5 quando a mãe se suicidou.

*Recomendo a leitura biográfica da vida, infelizmente trágica, dessa 
imensa atriz, que não resistindo à horrível depressão após a morte 
violenta de seus filho de 14 anos e os desenlaces nos romances 
e casamentos suicidou-se aos 43 anos. 

Curioso que a verdadeira Sissi como se a realidade pretérita fosse 
corolária da fantasia das telas, teve uma vida depressiva e triste 
na realidade, e ao revés um futuro desconhecido reservou como 
recíproca verdadeira um quase idêntico destino à 
Sissi das telas - a bela Romy Scheneider.


ESTE ANO FRANÇA E ALEMANHA FARÃO EXPOSIÇÃO DE FOTOS, 
OBJETOS E BIOGRAFIA DESTA BELA E GRADIOSA ATRIZ: 
ROMY SCHENEIDER.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Os pássaros cantam em cima do muro

Os pássaros cantam em cima do muro
Isa Oliveira – Jornal O Imparcial – edição de 11 de outubro de 2017



“Le ciel est bleu, réveille-toi! C'est un jour nouveau qui commence. Le ciel est bleu, réveille-toi! Les oiseaux chantent sur les toits. Réveille-toi!” (La marche des jeunes - Charles Trenet)

Quando entrei no Ginásio, em 1976, ainda havia aulas de francês, ministradas pela Dona Carmem Perez Nunes. Depois da aposentadoria dela, o francês deixou de ser ensinado, sendo substituído pelo inglês, com o qual eu briguei logo de cara, pois ele não tinha nem de longe a sonoridade e a elegância do francês. Minha aversão pelo inglês foi tão grande que até hoje eu não aprendi o idioma, que sempre considerei um mal necessário, porém, evitável e o evitei. O idioma francês me remetia a um mundo utópico, de céu sempre azul, com pássaros cantando em cima dos telhados. Para mim, o francês era uma chave que abria um mundo mágico e, na minha inocência de menina, eu nem imaginava a França como um país, mas, como um paraíso, um lugar lindo onde havia céu azul, pássaros e paz.

Até hoje guardo na lembrança palavras, frases, expressões e músicas que a Dona Carmem nos ensinou. Nem sempre sei o significado, mas, a musicalidade das palavras, não me saiu da memória. A citação com que comecei o artigo é de uma das canções que a dona Carmem tentou ensinar para nós, La marche des jeunes e, ultimamente, eu tenho me pegado com bastante frequência cantando o trechinho dela que me lembro e cuja tradução é: O céu é azul, acorde! É um novo dia que começa. O céu é azul, acorde! Os pássaros cantam nos telhados, acorde!” .

Todas as manhãs, enquanto preparo a comida para os meus cachorros,  coloco bocados de arroz cozido sobre o muro e vêm pássaros de todos os lados fazerem seu desjejum. E, enquanto recolhem a comida com seus biquinhos ávidos, eles cantam em cima do muro, enchendo de alegria o meu quintal e a minha vida. Algo tão simples e tão imenso.

Como meu marido trabalha até às 23h00, ele acorda um pouco mais tarde e às vezes liga a TV para assistir aos noticiários matinais. Normalmente o foco é Brasília e vemos os dejetos escorrendo desse corpo podre que é a nossa política. Não posso dizer que nunca houve tanta corrupção, mas posso afirmar que nunca se investigou tanto e nunca se revelou tanto das falcatruas e roubalheiras de nossos poderes mal constituídos, mas, o que mais causa indignação é ver as manobras que são feitas para se evitar a punição dos culpados ou liberar aqueles que a justiça conseguiu prender, mudando até as regras da justiça! Coisas que antes eram feitas na surdina, por baixo dos panos, pra ninguém saber, como diz uma música de Ney Matogrosso, agora são feitas de forma escancarada, não mais na calada da noite da desonra, mas, à luz do dia, na cara de todo mundo. E enquanto somos assolados por essa revoltante miséria moral, somos distraídos com exposições bizarras e discussões mais bizarras ainda em torno delas e, como cereja do bolo, atos terroristas, atiradores e vigilantes incendiando o corpo e matando centenas de jovens e um punhado de criancinhas com sua sandice, sua loucura. Ah, claro, esse pudim também tem calda, uma calda feita do sangue da violência do crime organizado ou dos crimes passionais, que vão de homens matando mulheres, namoradas e às vezes até os filhos a cretinos despejando esperma em passageiras de ônibus. Tudo servido na requintada bandeja da impunidade.

Se você vê o jornal de qualquer emissora, vê isso, misturado a alguma catástrofe natural que parece estar acontecendo dia sim e outro também; se assiste novelas, tem mais do mesmo, se procura um programa cultural, tem mais do mesmo e acaba se sentindo um refém, quando não um idiota que já nem sabe mais se posicionar e tem medo de dizer que algo é errado e ser assolado por todos os lados com emblemáticas afirmações de que é certo, ou dizer que é certo e ser enxovalhado com gritos de que é errado. Parece que vivemos num descontrole total, num caos sem precedentes e o resultado disso é a eleição de Trumps e Bolsonaros e a torcida para que os Estados Unidos lancem logo suas potentes bombas sobre a Coréia do Norte e os militares assumam o poder do nosso país para tentar conter o que não pode ser contido. O que sobressai de tudo isso, mais do que chegarem ao poder oportunistas travestidos de ditadores do bem é a perda da fé e da esperança.

Perdemos a fé no ser humano, perdemos a fé em nós mesmos e perdemos a fé em Deus, justamente quando deveríamos acreditar muito mais na capacidade do ser humano de optar pelo bem e de praticá-lo, acreditar na nossa capacidade de escolher, de decidir pelo que é correto, pelo que é moral, pelo que é justo e, sobretudo, acreditar que Deus está no comando e que, na história da humanidade, não houve caos que não se revertesse, não houve desordem que não se transformasse e não houve mal que prevalecesse, simplesmente porque tudo passa e porque não apenas o nosso mundo, mas o Universo está regido por leis justas e por uma harmonia que vai muito além de nossos achismos, partidos ou indignações, uma harmonia que está no canto dos pássaros que vêm se alimentar sobre o meu muro, uma sinfonia de pardais que me mostra, todas as manhãs, que vale a pena sorrir, que vale a pena acreditar, que vale a pena amar, porque embora isso tudo se assemelhe ao fim do mundo, esse mundo não terá fim, mas sim passará por transformações que o farão melhor.

Até mesmo para os crentes existe a alternativa de parar na cruz e fazer a  apologia do eterno sofrer ou avançar três dias e chegar no túmulo vazio, na ressurreição e na ascensão daquele que, com apenas três anos de atuação, mudou o cenário do mundo e dividiu a história no meio. Creio que nunca se falou tanto em apocalipse e cumprimento de profecias e muitos fanáticos até se prepararam para um arrebatamento que não houve e a colisão com a Terra de um planeta imaginário, no dia 23 de setembro, que também não ocorreu. Muitos afirmam que é o fim, mas, o próprio livro do Apocalipse, embora pareça trágico, é um livro que fala de justiça e de esperança e o seu último capítulo, que encerra a Bíblia, é um texto positivo e uma promessa de vitória e de fim, não dos tempos ou do mundo, mas, fim do mal, das injustiças, das calamidades, da violência e da desolação à qual o coração humano se entregou, pela qual se deixou levar. Por pior que estejam as coisas, por mais sangue e lama que escorram sobre todos nós, crentes ou ateus, não podemos nos esquecer que há um controle no Universo. Há um salmo que diz que Deus conhece os pássaros que voam pelos céus e os seres vivos que se movem pelos campos. Que não percamos a simplicidade de nos deliciar com “le ciel est bleau” e com os pássaros, conhecidos por Deus,  que  cantam em cima dos telhados e dos muros e que sejamos simples, confiantes e alegres como esses pardais.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

SINTO...

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*Os créditos das imagens ilustrativas dessa peça literária, são devidos às incríveis
esculturas realistas, com inspiração renascentista, da artista plástica e escultora 
chinesa,  Luo Li Rong.
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POEMA
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SINTO...

Sou um poeta guardião de um portal, em vigília,
Não é uma miragem, nem quimeras que predito,
Eis o que sinto: num céu azul o flanar duma ave,
Aponta que tu existes de alguma forma, acredito,
De modo que subsiste em algum ponto tão suave
No âmago de minha alma o sonho vale o Infinito.

Se existires e existes, um dia há de vir e tu virás,
Ainda que  translúcida, tão etérea para ser vista
Pela magnitude da espera tua presença marcarás.
Porque há anos a venho aguardando e tu não vens...
Todo dia depositado tenho meu amor acumulado,
Todo ele a te entregar aqui e muito mais no além.































Tenho ordens do coração para dar-te todo o meu amor,
Nada para mim, tudo para ti e que o retorno seja assim:
Não das lágrimas derramadas, mas todo euforia e calor.
Não está mais em meu controle, o querer-te e te desejar;
Tua mão segura pela minha, sentir-lhe o pulsar em mim.
Teu corpo de inegável segredo tenho desejo de abraçar.

Se um dia vieres, será como direto fosse o Sol olhar...?
Não sejas apenas a brisa das primaveras perfumadas!
Que tu sejas eterna, não como eu,  mero ser temporal,
Possas eternizar todos os momentos e horas adoradas, 
Envelheço rumo ao Zenith desconhecido e paradoxal...
Acontecimento humano só meu, eternamente a passar.

Cavalgando nuvens, tangendo estrelas, sobrevoas o mar.
Fales comigo, quero ouvir tua voz a meu espírito aplacar...
Antes que me vá, ouvir-te cantar a velha canção medieval,
Reverter o tempo, deter os anos, a realidade paralela criar
Um certo tipo de mágica viagem, um paradoxo temporal
A iludir fantasticamente desenganos, e a sangria estancar .

Não importa que me desfaleça a razão, continuo sonhando,
Revigorando a alma, porque estou no âmago renascendo.
Visão de outras forças, outros quadrantes e outros céus,
A fluir esse ir e seguir no aparente  trasladar continuando
A restaurar perdida essência de um vir no Tempo revendo
Os voláteis cabelos, raios de fogo e sol nos ventos e véus.

Não quero sonho adulto, que todo almejar é feito de pranto 
O tempo tudo desfaz, nunca refaz; disso o revés se compraz.
Quero sonho de criança: a utopia é todo o amor, no entanto
Com algo se faz um trem de latas de sardinha,  feliz e capaz,
Realidade, certeza, fantasia, tudo verdade ou de conta se faz:
Na curvatura dos milênios sem fim, a existência do encanto.

Diluir-nos-emos em átomos de luz e seguiremos na velocidade
Do esplendor que foi: pensamentos eflúvios ou remanescentes
Ao infinito. Sem a limitação do plano, para a profunda Verdade
Tempo-espaço, que balizara o que foi outrora - corpo ou mente
Neste vórtice da existência pura dos Sentidos para a Eternidade,
Desejo partir no trem de latas dos sonhos descritos entrementes!






















GRATO

HOMENAGEM DA COORDENAÇÃO DO PEAPAZ [ SÍLVIA MOTA - FUNDADORA E MARIA IRACI , ADMINISTRADORA] Á PROSA-POÉTICA-RIMADA, "SINTO..." EM EPÍGRAFE.  MEU ABRAÇO SINCERO DE CONFRATERNIZAÇÃO LITERÁRIA.