sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O Patrono da Academia Guaçuana de Letras


RICARDO ARTIGIANI
PATRONO DA ACADEMIA GUAÇUANA DE LETRAS

Ricardo Artigiani nasceu em Mogi Guaçu, em 19 de setembro de 1898, filho do casal de imigrantes italianos José Artigiani e Doralice Mantovanelli que se instalaram na cidade em 1899, com comércio de secos e molhados na Rua Paula Bueno, esquina com a Rua José de Paula. Aí permaneceram quase 26 anos, transferindo casa e comércio para o bairro da Capela, em 1925. Ricardo aos 12 anos por falta de oportunidade de trabalho na cidade, foi morar com a irmã e o cunhado que era funcionário da Estação Ferroviária em Caconde, onde ele leve o seu primeiro emprego. Alguns anos depois ele foi com a família par Bauru, na época em que a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil estava em expansão. Por lá ficou até os 18 anos, quando voltou definitivamente para Mogi Guaçu, para trabalhar na Estrada de Ferro Mogiana, onde ficou até 1925. Em 1922, casou-se com Mathilde, filha dos imigrantes italianos Adolpho Armani e Ancila Martini, fixando residência na Rua Siqueira Campos, onde nasceram os três primeiros filhos: Alice Artigiani Alves, Paulo Artigiani e Norma Artigiani Vendramini. Em 1925 foi transferido para uma cidade mais distante, mas atendendo ao apelo dos pais idosos, encerrou sua carreira de ferroviário e foi ajudar seu pai no comércio. Revelou se um bom comerciante. Mudou-se para a Capela, onde permaneceu com sua casa comercial por mais de 30 anos. Lá nasceram seus três últimos filhos: Ondina Arfigiani de Carvalho, Dino José Artigiani e Maria Ancila Artigiani Zorzetto. Trabalhou muito pelo Bairro da Capela, lutou para conseguir a luz elétrica que lá chegou em 1926 e para terminar a igrejinha de Nossa Senhora do Rosário, inaugurada em 1929. Seu comércio é uma centenária macaubeira eram os pontos de referência da Capela. Em 1939, com 32 anos começou sua militância política que se estendeu até1967. Teve urna intensa participação em todos os eventos cívicos e políticos de sua época. Foi vereador em duas legislaturas, Presidente da Câmara Municipal e participou ativamente dos trabalhos desenvolvidos para a Escola Estadual Luiz Martini, em 1957; da
Comarca Judiciária em 1966 e da administração da Santa Casa, onde em 1967 foi tesoureiro. Por pesquisa e projeto seu, o dia 9 de Abril passou a ser oficialmente comemorado como a data do aniversário de Mogi Guaçu. Em 1950 tendo voltado a morar com a família na sua casa no centro da cidade, continuou com o comércio na Capela por mais alguns anos. Em 1977, aos 79 anos, participou da Comissão dos Festejos da Comemoração do l° Centenário do Município e da Abertura da 1ª Expocig. Aposentado dedicou se a um incansável trabalho de pesquisa que terminou em 1986, quando lançou o Livro "Mogi Guaçu-Três Séculos de História", através da Lei Municipal 2001, de 4 de Abril de 1986, o edifício da Praça Rui Barbosa, onde o Clube Recreativo Guaçuano foi fundado em 1920, recebeu o seu nome. Neste prédio que passou a chamar-se "Centro Cultural Vereador Ricardo Artigiani ", funcionaram posteriormente o Museu e Biblioteca Municipal, a Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA), quando de sua criação e atualmente abriga o Senac. Em 8 de Abril de 1991, recebeu da Câmara Municipal de Mogi Guaçu, como justa homenagem pelos serviços prestados a cidade a medalha "Mérito Cívico 9 de Abril ". Faleceu em 16 de Dezembro de 1993 aos 95 anos, lúcido acompanhando tudo o que acontecia no cenário nacional pela TV e pelos jornais, que nunca deixou de ler. Ele recebeu uma homenagem póstuma na comemoração de 40 anos de existência do jornal "O Guaçuano", em 1999.  Foi homenageado com o titulo de Patrono da Academia Guaçuana de Letras, na cerimônia de criação desta Casa, em 22 de setembro de 2000, na Câmara Municipal.

Fatos pitorescos da vida de Ricardo Artigiani:
Na década de 30, Ricardo tinha um rádio, único do bairro e nas tardes de domingo em que havia jogo de futebol irradiado, ele colocava o rádio na janela da venda, bancos e cadeiras em volta e ali os homens se reuniam para ouvir e torcer pelo seus times. Ricardo naquela época de tantas dificuldades, já fazia um trabalho de assistência social, prestando serviços aos moradores da Capela, sob a orientação do Dr. Waldomiro Girard Jacob. Quando apareceu a Penicilina, os doentes levaram as ampolas até a sua casa para deixar no gelo e ele ia de bicicleta de dia, de madrugada, a qualquer hora, para atender aos que o procuravam para aplicar as injeções. Em 1991, aos 93 anos de idade , comprou um kit para o aprendizado de Inglês e vivia as voltas com as fitas cassete e fones de ouvido, se dedicando a aprender outro idioma. Os filhos e netos achavam a maior graça na novidade, mas não se surpreenderam: "Ele era uma criatura impar"!

FONTE: Livro de autoria de AUGUSTO CEZAR BUENO LEGASPE, "PERSONAGENS DA HISTORIA EMPRESARIAL DE MOGI GUAÇU 1930 -1960" 

2 comentários:

  1. COM MUITA JUSTIÇA E ORGULHO ESTE IMPAR CIDADÃO GUAÇUANO, QUE É BOM E FUNDAMENTAL QUE SE LEMBRE ERA UM LITERATO EXÍMIO POETA. RAZÃO PELA QUAL É O PATRONO DE NOSSA ACADEMIA.

    ResponderExcluir
  2. SUGIRO QUE PAUL, OU LEGASPE, PUBLIQUEM AS POESIAS DE ARTIGIANI. ATÉ PARA QUE SE FAÇA HONRA E HOMENAGEM AO TAMBÉM, E POR ESSA RAZÃO, ELEGIDO PATRONO DA ACADEMIA GUAÇUANA DE LETRAS. ELE TEM UMA COMOVENTE POESIA QUE FOI PUBLICADA À QUARTA CAPA DO HISTÓRICO DA ACADEMIA, QUE INFELIZMENTE EXTRAVIEI, EM MINHA PRÓPRIA CASA.

    ResponderExcluir