sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

PROFECIAS CUMPRIDAS


É pena que exista orgulho e mentira,
e que ninguém perceba no mundo os sinais,
que a bala é mortal e o homem atira;
ele é o mais cruel dos animais.

Nem todos mentem, talvez só a metade...
Vimos que a terra gira e muda o cenário,
virou pesadelo a realidade,
secaram fontes e rios deste aquário.

As noites têm o calor do meio dia,
um profeta virá, preste atenção,
não será o fim do mundo em poesia.

Mas sim, a ciência que estava escondida,
e muitos segredos que são bem guardados,
da guerra ou paz numa nova vida.

Fátima Fílon (Membro da Academia Guaçuana de Letras)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Cícero Alvernaz no Encontro Marcado

Na última sexta-feira, dia 16 de janeiro de 2015, o Acadêmico Cícero Alvernaz esteve na SECTV para participar do programa semanal Encontro Marcado. Ele foi entrevistado pelo ilustre comunicador Athayde Martins, confira: 

Cícero e Athayde 

O poeta no Encontro

O Acadêmico falou de poesia, declamou duas. Junto do apresentador refletiu sobre o processo criativo e a divulgação do trabalho literário. À vontade, Cícero expôs, ainda, o seu ponto de vista político. Athayde Martins comentou sobre o Núcleo dos Escritores, cuja proposta é ajudar os poetas a "desengavetar" seus trabalhos. Convidou o Acadêmico a participar das reuniões do grupo, pedido que foi atendido prontamente. 

Fica o registro. 
  

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

TRISTE CONTINENTE


Triste continente,
Com seus países esquecidos.
Lá todo dia se morre gente
E o mundo nem se quer dá ouvidos.
Sua tragédia foi muito maior
do que aquele outro de primeiro mundo.
Suas condições de vida já são pior
E o planeta que vê, se faz mudo.
Nigéria rica em natureza,
Com cerca de 250 etnias, petróleo e minério,
vê suas filhas, imersas na pobrezas,
virarem bombas... Pode nosso mundo ser sério?


Samantha Lodi (Membro da Academia Guaçuana de Letras)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Eu sou Charlie. Nós somos todos Charlie

“Je suis Charlie. Nous sommes tous Charlie.” 

Foram doze minutos de silêncio prestados aos doze mortos...  O local escolhido foi a mais famosa catedral parisiense e como se até o céu chorasse a chuva iniciou segundos antes das tradicionais doze badaladas do meio dia. E se intensificou enquanto pessoas permaneciam paradas, em seus silêncios tristes. Para alguns o silêncio era quebrado pelos sinos de Notre-Dame, para mim o silêncio foi reforçado pelo ecoar dos centenários sinos que já presenciaram tanta intolerância de nosso mundo.
E foi assim por doze minutos, os sinos praticamente constantes, as águas batendo em guarda-chuvas, em rostos descobertos e escorrendo por entre poças já formadas.  Não, não eram só franceses e sim uma multidão de diversas nações prestando homenagem aos mortos pela barbaridade e demonstrando a necessidade de liberdade de expressão. 

Por vezes, o vento soprava e virava do avesso os guarda-chuvas, fazendo com que todos experimentassem um pouco do choro gelado dos céus. Como não poderia deixar de ser, tudo acompanhado pela mídia, com suas grandes lentes e satélites de transmissão ao vivo. Ao lado e em frente à catedral dois prédios oficiais com as bandeiras francesas a meio mastro davam o ar oficial ao maior ataque terrorista que o país já sofreu.

Essa foi uma pequena e pacífica demonstração de respeito aos assassinados no dia 6 de janeiro, muitas outras aconteceram ao mesmo tempo em vários outros lugares de Paris ao meio dia de hoje. E outras já aconteceram e ainda vão acontecer por um bom tempo, penso eu, pelo menos várias outras manifestações estão marcadas até o final de semana.

Também me senti muito triste e fiquei raciocinando no significado disso tudo...

Não sou grande fã de piadas, não consigo me divertir com alguns conteúdos que julgo ofensivo, mas leio charges sim, afinal encontro muitas inteligentes e conheço vários chargistas que me divertem - só para ter um posicionamento claro. Todavia, essa não é a questão... a questão é justamente a liberdade de expressão e como isso pode ser encarado em pleno século XXI. 

Ninguém tem o direito de tirar a vida de qualquer pessoa, por motivo algum, imagine por serem cartunistas ou membros de uma revista humorística. Não me venham com a conversa de honra ferida como justificativa. Textos, frases, desenhos fazem parte de um mundo que pretende ser democrático, mesmo que não gostemos deles. Será que os profissionais da comunicação serão os novos alvos? Uma represália para cala-los?

E a violência que choca todo o mundo agora ainda tem consequências bem mais sérias do que podemos imaginar. Grupos islâmicos não fundamentalistas, pessoas com origem ou ascendência do oriente médio ou norte a África serão generalizados e com toda certeza passarão por situações constrangedoras de preconceito, ou ainda perseguição. Isso enquanto grupos xenofobistas e de extrema-direita se fortalecerão por discursos de segurança nacional, controle e repressão em nome de um “bem maior” que ninguém sabe qual é, mas a história, que sempre deve estar viva em nossa memória, nos demonstra exatamente o que isso pode fazer... 

“Je suis Charlie. Nous sommes tous Charlie.” Pela Liberdade de Expressão, pela Vida e pela Paz. 

Paris, 08 de janeiro de 2015.

Samantha Lodi (Membro da Academia Guaçuana de Letras).

(Texto publicado n’A Gazeta Vargengrandense, em 10 de janeiro de 2015)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

FELIZ 2015

     

O ano de 2015 abriu as suas portas e nós já entramos. Fomos bem recebidos e nos sentimos bem à vontade. Tudo parece normal à medida que vamos caminhando conscientes de que estamos em um ano novo que ora se abre diante de nós. Aos poucos vamos nos familiarizando com as novidades que a bem da verdade trouxemos como herança do ano passado. Como bem disse o famoso poeta: “O ano passado não passou / continua incessantemente / em vão marco novos encontros / todos são encontros passados”. (Carlos Drummond de Andrade). Mas há uma sensação de novidade no ar – e isto faz bem à nossa alma, embora não seja algo real. O mais importante é que estamos vivendo o ano novo e fomos bem recebidos por ele. Agora o que resta é procurar fazer com que ele seja realmente um bom ano.

As portas estão abertas. Fomos recebidos com um largo sorriso e pétalas de rosas. Nosso anfitrião estava à nossa espera e fez questão de dar a todos um abraço bem apertado. Foram lindos os fogos de artifício, foram comoventes as saudações de Feliz Ano Novo, foi inigualável a sensação de se estar iniciando uma nova etapa em nossa vida. Olhando no espelho sorrimos imaginando estar diante de uma nova pessoa, com um novo sorriso. O calendário na parede também sorri e nos dá um festivo bem vindo. Que bom estarmos vivos e podermos presenciar a festa e dela podermos participar! Deixando de lado o pessimismo, o derrotismo, olhemos para dentro de cada um de nós. Há algo que nos impulsiona e diz que este ano será melhor – e não há motivos para não crermos nesta possibilidade. 

O ano de 2015 está prometendo ser melhor do que o ano passado. Não custa acreditar neste ano e trabalhar para que isto seja verdade. Não temos nada a perder, pelo contrário, ganharemos todos. A criança acredita no seu brinquedo, o animalzinho acredita no seu dono. Vamos dar um crédito de confiança ao ano de 2015 De certa forma, provavelmente, nem temos outra alternativa. Pense bem. A vida merece um crédito; ela é mais do que expectativas e altos e baixos; ela é única e todos nós gostamos muito dela. Vamos trabalhar juntos, unânimes, para que - independentemente de governos e governantes - possamos obter muitas vitórias neste período de 12 meses que poderíamos até dizer que são 12 degraus que temos para subir e assim alcançarmos uma posição melhor e mais elevada. Eu sei que isto é possível – e na verdade só depende de cada um de nós. E que a felicidade seja o apanágio de todos no ano que ora se inicia. 

Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras)
Janeiro de 2015. Mogi Guaçu, SP.