domingo, 26 de abril de 2015
Sempre contrariei a lógica e andei na contramão da história. Quando eu era adolescente, enquanto os meus coleguinhas torciam para o outro time, eu torcia para o Atlético. Enquanto eles brincavam de pega pega e às vezes brigavam, eu contemplava a Natureza e admirava as montanhas onde as nuvens encostavam e onde a chuva se prenunciava. Enquanto eles jogavam bola e se escalavravam, eu escrevia poesia, ou pelo menos tentava fazer alguns versinhos que nem eu mesmo entendia e muitas vezes rasgava o papel antes mesmo de terminar, e depois recomeçava. Enquanto eles falavam alto e gritavam, já aprendendo alguns palavrões, eu ficava quieto, ensimesmado em um canto, lendo alguma coisa ou simplesmente meditando. Sempre contrariei a lógica (se é que ela existe). No meu caso, ela nunca existiu, pois eu a driblei e me contentei em viver um pouco isolado, mas fui, por isto, gratificado.
Cícero Alvernaz (autor)
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