No dia quinze de maio, comemoramos o Dia Internacional da Família,e ,para refletir sobre o tema,aconteceu no Centro Cultural um Fórum de debates sobre o assunto.
Levantou-se alguns aspectos positivos e negativos sobre a família que temos hoje.
Saímos da formação patriarcal, onde o homem era o chefe e provedor dos núcleos familiares, a voz final de todos os conflitos onde ele mandava e todos deveriam obedecer..As famílias eram numerosas com religiosidade norteando os valores a serem acompanhados por todos.
De repente....nos anos 60,com o advento da pílula e a queima de soutiens, as mulheres passaram a ter voz e , de lá para cá tudo mudou.
A passividade feminina foi ficando para trás e as mulheres assumiram postos e vieram lutando pela igualdade de direitos com os homens,o que afetou muito a formação familiar.
Hoje temos vários tipos de família: um homem,uma mulher e poucos filhos(exceto em algumas regiões do país),família onde a mulher vive só com os filhos e é provedora, existem as uniões homoafetivas, onde as crianças convivem com dois pais ou duas mães; famílias formadas por avós e netos; irmãos sozinhos ou ainda por uma só pessoa, geralmente idosa ..
As crianças, que precisam ter uma família bem estruturada,para encontrar a segurança e a afetividade necessárias para seu desenvolvimento natural,muitas vezes, se encontram perdidas num torvelinho de mudanças,onde os adultos ainda buscam seus caminhos,e deixam a desejar como responsáveis por essas vidas.
Quando a criança chega na escola,ela não chega vazia.Ela trás consigo sua história, seus dramas e suas conquistas.Para conviver com elas, os educadores precisam ter uma visão aguçada e sensibilidade para entendê-las e descobrir o ponto onde podem interferir para provocar nelas a vontade de estudar e participar das atividades escolares.
Infelizmente as faculdades não ensinam isso para os professores.Muitos descobrem na caminhada( como pregou Paulo Freire- que o caminho se faz caminhando);outros resistem e tem medo do novo...preferem ficar enraizados ao passado e apenas tentar “ensinar” e felizmente a maioria busca soluções para dar certo com as crianças do século XXI.
Lendo e estudando e colocando minha experiência de décadas em Educação ,sugiro que Educadores se flexibilizem, busquem ,antes de tudo, o auto-conhecimento para conseguirem atingir seus objetivos com as crianças..senão a coisa se torna uma rotina:”professores fazendo de conta que ensinam e crianças fazendo de conta que aprendem”.
A viagem interior e busca de nossa autonomia é algo maravilhoso. Quem trabalha com paradigmas, precisa estar sempre na plenitude de si mesmos. Ninguém consegue criar vínculos e entender o outro se não se entende e não se conhece.
Lembram-se?? “AMAR AO PROXIMO COMO A SI MESMOS”...
Batemos sempre nessa tecla pois percebemos a resistência das pessoas para buscarem o auto conhecimento.Quando se propõe um curso ou um aperfeiçoamento a primeira pergunta que fazem é: tem certificado??? Vale pontos?????É no horário de aula???
É muito triste ouvir isso..pois dificilmente as pessoas se dispõem a fazer algo sem ter alguma coisa em troca...apenas não pensam que o maior presente em adquirir conhecimento é o aprimoramento pessoal,o crescimento como pessoa e isso: NÃO TEM PREÇO.
Rosely Rodrigues (membro da Academia Guaçuana de Letras)
O tema "Família" é sempre pulsante, instigante a ás vezes também comovente, principalmente porque envolve crianças. As mudanças foram muitas e algumas foram drásticas. Em cima disto, muitas pessoas gostariam que se voltasse a "família tradicional", mas isto, como vemos, pelos avanços, é impossível e até inadmissível. O que fazer então? Hoje só resta torcer e lutar para que as crianças tenham uma base que lhes possa garantir um futuro minimamente digno. A família, de um modo geral, se desestruturou, se esgarçou e a "família tradicional" hoje é só uma lembrança tênue que teima em nos visitar de vez em quando. É uma pena!
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