quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Fazendo a Memória, o livro do Saudoso Acadêmico José Maria Duprat

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A memória fica

José Maria Duprat foi o primeiro a ocupar a cadeira de número 15 da Academia Guaçuana de Letras, cujo patrono é o poeta Mario Quintana. É também autor da obra “Vida Vivida”, publicado após sua morte que ocorreu em 29 de agosto de 2012. O Honório Cidadão Guaçuano viveu 88 anos, dos quais boa parte foi dedicada à Literatura. “Fazendo a Memória” foi o seu primeiro livro. Nele nos deparamos com um conjunto de crônicas singular, capaz de remeter o leitor a tempos memoráveis e à visão acurada de um bom observador. Do autor, tudo o que sei foi o que adquiri da leitura de Fazendo a Memória. Pessoalmente tivemos apenas um encontro, numa das reuniões da AGL; sua última. Trocamos livros e foi assim que adquiri a obrai que resenho.  
    
Nas páginas do livro de Duprat, que ele mesmo admite ter sido publicado tarde e após muita cobrança, encontramos uma realidade perdida, um mundo calmo, crianças arteiras. São crônicas que retratam passeios de bonde, ruas vazias e fazendas. Um cenário tão fantástico e perdido quanto belo. As linhas possuem gosto de nostalgia, mesmo para aqueles que nunca vivenciaram aquela época. Mudamos tanto e o próprio autor tem consciência disso. Por várias vezes suas crônicas são comparações de como era e como é. Uma vida de observações; de Português lapidado. Temas que assolam todas as pessoas são explorados pelo autor. Com o avanço da sua idade e com a partida dos seus entes queridos ou amigos, o tema morte é constantemente trabalhado pelo autor. Sua visão de fim é um relato consciente e reflexivo sobre o destino das criaturas. No fim somos todas apenas histórias.  

O destaque também fica por conta dos belos desenhos que permeiam toda a obra. Eles são de autoria da filha do autor Caru Duprat. É magnifico quando os desenhos eternizam o tempo, as pessoas. Unidos às memórias do autor o resultado é um relato fiel e emocionante de um tempo; de uma pessoa. É curioso o poder que as palavras possuem para impedir a morte. O autor está vivo nas páginas de Fazendo a Memória e não há quem possa matar sua observação; suas ideias. Isso é fascinante.

Fica a resenha e a dica.
Abraço.      

Paul Law (Membro da Academia Guaçuana de Letras)

Um comentário:

  1. O segundo livro dele: "Vida vivida" tem mais desenhos, ilustrações nas últimas páginas (cartões de Natal) e um conteúdo igualmente bom, eu diria ótimo, de leitura fácil e muito agradável.

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