terça-feira, 15 de novembro de 2016

A POESIA, O TEMPO E O VENTO











A POESIA, O TEMPO E O VENTO

Aquele sentimento que nos foi tão intenso, 
Seguiu ao cadafalso sem salvas de flores, 
E as lágrimas tuas, por amor tão imenso,
Hoje meus algozes ao rufar dos tambores! 

[m.m.s.]








Retornar de um Tempo
Só o Amor com sua ciência
Nos retorna tão nascentes.
Nos retorna à inocência
O Amor nos faz carentes,

Doce passado adolescente
Onde o Tempo passou e levou;
Mas vivi esse amor ardente,
Que do coração não se apagou
Aquilo que minha alma regou;


Esse doce voltar somente,
O meu coração - guardou...!
(m.m.s)


“Coração aperta no peito
Morre um pouco mais
A cada dia que se vai...”
[Waulene]


Isto que se reflete - reflas, e se repete
Saibas que é a lágrima o sumo da vida,
Que sai quando se espreme o coração
Nesta malsinada vida, mas tão querida,
Inda embora repleta de maldosa ilusão!
(m.m.s)


Tempus fugit... 

Nunca cessa; como o vento que balouça as ramagens e poeticamente - meu “Eu”- mais antigo, pede licença: para dizer que são sim, as árvores que fazem o vento... São os grandes leques, não os de madrepérolas e rendas negras, mas os de folhas, flores e verde Esperança.

Quero pedir a licença do Grande Criador de todos os Poemas, para dizer também, que o tempo não existe lá fora, é o tique-taque dos relógios, o badalar dos carrilhões e o bimbalhar de todos os sinos que esculpem no tempo invisível a imagem do Invisível Tempo...
Quero que a imagem esculpida seja a mais linda materializada que jamais se viu por ninguém...!

Aquela escultura do ser amado, que o queremos vivo e eternizado... Aquela bela dama nostálgica, tão saudosa do amado que se foi... Queda os dias refletindo sobre o Tempo que lhe era tão belo; e esperando, ela espera... com os olhos perdidos no infinito, seu grande amor voltar...!

Aquele retrato pintado com arte sublimada, entremeando seu rosto no mais belo pôr-do-sol, à aragem das brisas e o alçado voo dos pássaros em silhueta contratada à palheta de cores!

Poetas e escritores, sois todos criadores, pelas suas contribuições ao Belo, ao Amor e à Paz - que de modo alado e encantado - nos fazem viajar entreabrindo as Cortinas do Tempo - folheando como um álbum de figuras, as esquinas antigas de minha alma serena ou em golfões de ira santa a "expulsar os vendilhões do Templo", no buscar mais profundo de nosso pensamento...


O arrepio do Vento e do Tempo inexorável e passante - a poética saga nos alenta, antecipando o Paraíso trazido ao real - iluminando os caminhos do derradeiro e incógnito final!


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