quarta-feira, 21 de junho de 2017

QUANDO AS FOLHAS DO BORDO CAEM




















QUANDO AS FOLHAS DO BORDO CAEM

Esquecemo-nos às vezes,
O que é preciso conhecer
Sobre o que nos vai à alma,
Para em segredo  se dizer.

É visto que a vida corre,
E aos que nos ladeiam,
Como estão sempre cá,
Esvai o amor que anseiam.

Em algum dia tudo se vai,
O que era não mais será,
Como a folha seca que cai,
E o Tempo invisível levará.

Queria eu poder cuidar de ti,
Tal a folha seca já não posso
Tal ao bordo outonal te perdi...
 Vão esperar dela o regresso.

Segue ágil o rio como benção,
Murmúrios em seu caminho,
As mãos de sombras como unção,

Vão pensando todas as feridas
Abertas, doridas, em cada peito,
Herdadas de nossa própria vida.

[Mauro Martins S.]




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