terça-feira, 25 de março de 2014

Vinicius


Em frente dos acadêmicos
Tremi, suei para falar de ti.
Minha inspiração desde sempre:
Vinicius, personagem de minha história.

Chamaram-no de "poetinha" por carinho
Pois de "inha" não tem nada, combina mais o "ão"
Sua fama espalhou-se, seu nome reconhecido
Aqui e acolá, o mundo o reverencia.

"Olha que coisa mais linda", este seu olhar
Chega á nossa alma, e entra sem licença
Nasce como novo eu, inspira novas paixões,
O poeta consegue, fala de si e atinge a todos.

Olhando sua obra, imagino o turbilhão;
De emoções que ele vivia sem limites,
O seu limite sempre foi o sentir, o viver.
Viver sem limites, ousar sem medo
Apenas viver,
                     ler
                         sonhar
                                   realizar
                                              morrer
                                                        de amor, de dor
                                                                                de sofrer.

Roseli Rodrigues (membro da Academia Guaçuana de Letras)     

quinta-feira, 20 de março de 2014

EMAIL PARA APRECIAÇÃO AO PRESIDENTE AGL - SARAU- RIO G. DO SUL. - LIVRO E ANTOLOGIAS - SOBRE.

AO PAUL LAW - DD. PRES. AGL


Letícia Lara via Site do Escritor
Para Eu
Mar 14 em 5:11 PM
***MENSAGEM DE VISITANTE ENVIADA PARA O SITE DO ESCRITOR***

De: Letícia Lara
E-mail: atendimento@grupoliterarte.com.br
IP: 177.179.129.9

Assunto: Sarau

Mensagem:

A cidade de Porto Alegre está de braços abertos para receber os Escritores , poetas e artistas em geral no maior Sarau já organizado no Brasil. O Local escolhido foi o Complexo Cultural Usina do Gasômetro, e neste grande PALCO teremos todas as manifestações artísticas nos dias 18 e 19 de Julho. A literarte convida-o para Participar do Livro Sarau Nacional, o livro irá comemorar os 800 anos da Língua Portuguesa, o site oficial do evento jpa está quase pronto, enquanto isso, pode ler o regulamento para a participação no Livro no seguinte link:
http://www.grupoliterarte.com.br/Antologia.aspx 

*No evento estaremos abrindo oportunidade para organizadores de outras antologias lançarem suas obras, pois apoiamos a coletividade e o espírito de equipe.
*Estaremos montando o maior varal de Poesias do Mundo, para ser Registrado no Guinness Books.

* Estaremos com uma linda exposição de artes , com apresentação Musical, palestras e a entrega da Comenda Luis Vaz de Camões a artistas que se destacaram.

Não fique de fora! Aguardamos seu texto!

O Livro será lançado também na Bienal de São Paulo no dia 23 de agosto no Stand da Literarte.

Dúvidas: 22-26453466

envie seu texto para suporte@grupoliterarte.com.br com cópia paraatendimento@grupoliterarte.com.br

Vamos nos unir e fazer desta, uma obra para ser distribuída e divulgada nos 4 cantos do Planeta!
Imagem removida pelo remetente. A cidade de Porto Alegre está de braços abertos para receber os Escritores , poetas e artistas em geral no maior Sarau já organizado no Brasil. O Local escolhido foi o Complexo Cultural Usina do Gasômetro, e neste grande PALCO teremos todas as manifestações artísticas nos dias 18 e 19 de Julho. A literarte convida-o para Participar do Livro Sarau Nacional, o livro irá comemorar os 800 anos da Língua Portuguesa, o site oficial do evento jpa está quase pronto, enquanto isso, pode ler o regulamento para a participação no Livro no seguinte link:
http://www.grupoliterarte.com.br/Antologia.aspx 

*No evento estaremos abrindo oportunidade para organizadores de outras antologias lançarem suas obras, pois apoiamos a coletividade e o espírito de equipe.
*Estaremos montando o maior varal de Poesias do Mundo, para ser Registrado no Guinness Books.

* Estaremos com uma linda exposição de artes , com apresentação Musical, palestras e a entrega da Comenda Luis Vaz de Camões a artistas que se destacaram.

Não fique de fora! Aguardamos seu texto!

O Livro será lançado também na Bienal de São Paulo no dia 23 de agosto no Stand da Literarte.

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a Lara via Site do Escritor
Para Eu
Mar 14 em 5:11 PM

***MENSAGEM DE VISITANTE ENVIADA PARA O SITE DO ESCRITOR***

De: Letícia Lara
E-mail: atendimento@grupoliterarte.com.br
IP: 177.179.129.9

Assunto: Sarau

Mensagem:

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O Livro será lançado também na Bienal de São Paulo no dia 23 de agosto no Stand da Literarte.

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 com cópia paraatendimento@grupoliterarte.com.br

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* Estaremos com uma linda exposição de artes , com apresentação Musical, palestras e a entrega da Comenda Luis Vaz de Camões a artistas que se destacaram.

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Dúvidas: 22-26453466 

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Um poema de paixão ao meu Ceará



Encontrei em Juazeiro
Macio travesseiro,
Um sono tranquilo
E amor o dia inteiro.
Carinho de tias, 
De tios, primos e primas.
Café, tapioca,
Forró e mungunzá 
Trocamos histórias
De cá e de lá.

São tantas as fotos,
Dos lindos lugares...
De gente tão bela! 

Após Santa Missa
Da Igreja das Dores
Pousamos prum clique
Lá atrás da capela.
Com grande orgulho,
Sem muito barulho,

Nós todos, família
Do Padre Vigário.

Vô Aureliano, 
Por fim, nem sabia
Onde ia chegar
Essa tal profecia.
Da posteridade,
Naquela cidade,
Levando o seu nome
Então nasceria
Fiel sacerdote a puxar romaria.

Um dia eu volto
Naquela região,
E trago de novo
A fé desse povo
No meu coração. 

Eliana Teixeira da Silva (membro da Academia Guaçuana de Letras)

sexta-feira, 14 de março de 2014




                                                        O PÁSSARO E A ROSA


O Sol começava a  emitir seus primeiros clarões no céu, tingindo as nuvens de variadas cores, impossíveis de serem imitadas pela palheta de um artista, dada tanta luminosidade e inimitáveis matizes. Tons rosas-pastel, lilás, amarelos, esverdeados, cinzas claros e mais escuros, até intensificar em dourado, mais e mais, conforme se via no horizonte longínquo. Já fazia algum tempo que os primeiros raios do Sol haviam rasgado a escuridão da madrugada, e então nascendo, o Artista começava a tingir o céu com ele, usando-o como pincel, nas mais intensas cores. O espetáculo era deslumbrante e o Artista - todos os dias o renova - para que nossos olhos se maravilhem constantemente com novas paisagens e cores inimagináveis de tanta beleza. Gradativamente o céu foi ficando mais e mais brilhante, passando do ouro à prata reluzente, e aqui e mais distante uma elevação, uma colina, uma montanha, ainda mantinha o claro-escuro não totalmente desfeito pelo pincel solar. Pronta a obra diária, o céu muito azul como águas cristalinas de uma enseada tranquila, deixa-se recortar por formas e silhuetas. 

Nisto, um pássaro em voo ágil, desceu das alturas e flanou suas asas em direção a um solitário templo. A velha igreja tinha um jardim interno com uma fonte, alimentada por uma nascente local. O pássaro alçado seu vôo em direção às muitas partes avariadas da construção, adentrou  o santuário  afim de aplacar a sede. As paredes do templo, mantinha-se coberta por muitos espelhos. No interior daquelas ruínas, pessoas de boa índole e fé, ainda mantinham uma pia com água, para algum eventual batismo. Já que, nas imediações existia uma aldeia, e de tempos em tempos ali vinha um sacerdote, exercer seu serviço teológico à pequena população e eventualmente algum batismo, ou ofício fúnebre. Sempre uma ou outra mulher piedosa colocava umas flores num jarro com água para o deleite dos olhos dos fiéis, quebrando assim o ar de desalinho e destruição que o tempo e as guerras haviam causado àquela que fora um dia uma catedral anglicana. As flores no entanto, se refletiam nos espelhos das paredes da capela onde adentrara o pássaro, e o confundia com as janelas, por onde se avistavam as flores lá fora, iguais as que no jardim, as mulheres colheram.

Pobre pássaro, totalmente confuso, começou a lançar-se contra os espelhos, imaginando em seu pequeno cérebro que fossem janelas, e a cada batida nas paredes foi ferindo-se mais e mais.

Incansavelmente, arfando, até que não resistiu mais às pancadas sofridas e seu corpo frágil deixou de voar, arfar e viver. Ironicamente caiu morto dentro da pia batismal onde foi buscar o lenitivo para não morrer de sede. Assim, buscando aplacar a sede, o inocente e pequeno pássaro ficou muito assustado com a multiplicidade de imagens que se desdobraram à sua frente. Não conseguiu discernir o real do ilusório, sua sede era real, física, de todos os seres vivos, buscou um lugar onde existisse o essencial à manutenção de sua vida, e assim inadvertidamente a perdeu. As mulheres piedosas fizeram seu papel e sentiram a morte do pequeno pássaro. As crianças choraram nos braços das mães e das avós ao verem o pequeno ser já inanimado.

O velho sacerdote, mediante tal cena viu descortinar-se em sua mente, treinada pelo tempo e pela vida pastoral, uma imagem, uma quase parábola do Mestre, a qual poderia ser transmitida àqueles humildes aldeões, como um sermão. Passou a dizer: - "Em todos nós filhos de Deus que já temos discernimento, encontra-se gravado aquilo que é real e aquilo que nós adquirimos pela vida a fora. Há os adultos que possuem maior conhecimento dos fatos, outros existem que ainda não se deram conta da vivência, são menos laboriosos no entendimento. E, há ainda os bem jovens as crianças em formação, daí a responsabilidade dos pais, que se descuidarem em lhes passar os valores sagrados dos mandamentos divinos, serão cobrados disso, aqui nesta Terra ainda, pelo desgosto de verem seus filhos perdidos pelo mundo, como ovelhas desgarradas, que já foi observado pelo Santo Mestre na parábola da ovelha perdida.

Bem dizendo: temos em nosso íntimo, no fundo da alma, junto ao real e aquilo possível de ser  adquirido, o essencial; e aquilo que é aparente. Parece, mas não é. Brilha, mas não é ouro. É mulher bonita, mas ardilosa. O moço incauto a busca apaixonado pela sedução, “passeia na sua calçada”- diz a palavra sagrada - mas é mulher casada, - cujo marido está longe -, mas eis que ele volta sem dar conta e o moço é abatido como um cão sem dono. 

Eis o que é aparente, mas não é real nem essencial. A busca de viver em paz com seus semelhantes consiste em estar caminhando no bem exterior ao coração, à sua alma, para a satisfação do Santo Espírito do Mestre que deve viver em nós. Disto resulta a paz de espírito. Não podemos harmonizar uma vida correta no mundo exterior, sem ter a paz interior. Ambas se complementam.

Se meus amados aqui presentes, puserem toda sua energia, sua força para zelar só das aparências, das vossas imagens, como se isso fosse a parte central formadora de suas personalidades, da razão de suas vidas, consumirão seus dias escravizados, acorrentados como nas masmorras, por causa dos reflexos do falso ouro, da falsa mulher, do falso homem, enfim das enganações do mal e morrerão como o rapaz seduzido pela mulher ardilosa.

A mocinha sem marido, com um bebê mamando, outro chorando e outro pedindo o que comer. O que é isto? São seus dias consumidos no reflexo que o pássaro que ora vos emociona imaginou. O pássaro imaginava estar saindo para a liberdade, assustado, quando viu os amados estarem chegando. Assim não deveis estar cativos dos reflexos, e de rosto virado para a luz divina e sua natureza bendita e real, ou da sua verdadeira essência. Chocar-se-ão contra duros espelhos postados em paredes de pedra.

Meus queridos e amados irmãos, meu caminho foi longo, portanto o final da jornada se faz breve. Atentai para minhas palavras, que na verdade não são minhas, mas do mestre do qual sou mero instrumento: vós precisais reconhecer fazer perfeita distinção entre o que é acessório, supérfluo, e o que contém a verdadeira substância vital. Façam meus amados um exercício mental diário por meio de orações. Falem com o Pai Eterno, perguntem o que é melhor para suas vidas, peçam o discernimento entre o que é certo e o que é errado, o que é do bem e o que é do mal. Busquem se recuperar - porque todos nós pecamos e precisamos do perdão de Deus - buscando o "Eu" verdadeiro, não o de fachada, aquele que se mostra em praça pública, retirem as máscaras de bufões. Só assim as verdadeiras flores não os enganarão como miragem ou reflexos de um espelho. A rosa do conhecimento se abrirá gloriosa dentro do coração de cada um de vós meus amados irmãos.

Que Deus em toda sua glória, discernimento, justiça e bondade possa abençoar minha boca, minhas palavras e seus ouvidos e que estas sementes de flores possam germinar como se o Semeador as tivesse lançado em terra fértil.
 E como o velho sacerdote e pastor anglicano fosse de descendência grega pronunciou, "que seja tudo em nome de:

                ICHTHYS - IESOUS CHRISTOS THEOU YÍOS SÔTÉR

                        Jesus Cristo, Filho de Deus, O Salvador

quinta-feira, 13 de março de 2014

2014 - Um ano atípico

Imagem original no link: http://blog.rico.com.vc/bid/73111/O-que-eu-espero-pra-2014

Estamos em março, o terceiro mês do ano, e já aconteceram muitos fatos este ano, tanto no campo da economia quanto da política e do esporte. Sempre tive o hábito de ler jornais, e de tanto ler jornais acabei me enveredando pelo caminho do jornalismo ocupando um espaço que me parecia impossível, pois eu nunca achei que seria capaz de escrever em jornais ou em outro órgão da imprensa. Mas os caminhos me trouxeram ou me levaram, e aqui estou há três décadas.

Este ano é atípico. Todo mundo imagina o que pode acontecer, mas nunca se pode saber, com certeza, o que nos espera. Depois de tanto tentar, buscar e implorar, o Brasil, depois de 64 anos, conseguiu junto a FIFA o direito de realizar a Copa do Mundo. Em 1983, a FIFA através de seu presidente na época, João Havelange, procurou o então presidente da República, João Batista Figueiredo visando realizar aqui este evento no ano de 1986, e recebeu um sonoro não (conforme foi noticiado no Jornal Zero Hora do dia 11 de março de 1983). Hoje, no entanto, estamos às vésperas de uma Copa do Mundo no Brasil, e a pergunta é: será que hoje temos melhores condições do que naquele tempo?

Muitas pessoas protestaram e estão protestando em função dos gastos exorbitantes (mais de 33 bilhões de reais) que, segundo alguns, serão praticamente jogados no lixo considerando que após a Copa o Brasil não terá condições de conservar esses estádios padrão FIFA, como está acontecendo com o estádio Engenhão, no Rio, que hoje até corre o risco de desabamento. O maior problema nem é a Copa em si, o maior problema é o pós Copa. O que fazer depois com esses estádios construídos em Estados onde praticamente não há futebol? No Mato Grosso, Brasília e Amazonas principalmente. E o superfaturamento? Enquanto se gasta esta fábula, o nosso País não tem nenhuma estrutura no serviço público; há hospitais que não tem nem sequer os materiais básicos.  Depois da Copa isto vai aparecer mais e poderá causar mais indignação entre os cidadãos conscientes.
O ano de 2014 é atípico. Copa do Mundo e eleições no mesmo ano. O Governo está usando e abusando do seu direito de gastar e escamotear a verdadeira situação do País, sonhando com uma reeleição que poderá acontecer, e com certeza será altamente prejudicial ao País. Tanta confusão, tanta desgraça em todas as áreas, e o PT sonhando em se perpetuar no poder usando todas as forças imagináveis e inimagináveis. Eu temo pelo futuro deste País. Não concordo com esta forma de fazer política e com as armas que são empregadas para conseguir o voto do cidadão menos avisado através de Bolsas que parecem não ter limites e sem nenhuma função realmente social. Não entendo como o Congresso não faz nada para tentar brecar isto. Vamos aguardar a Copa do Mundo e torcer para que não haja violência acima do normal, ou seja, violência acima daquela com a qual já estamos acostumados no nosso dia e contra a qual ninguém faz absolutamente nada. Meu Deus! Até onde vai este País com tanta desfaçatez e todo tipo de corrupção e de corruptos? Será que esse poço tem fundo?

Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras)
Mogi Guaçu, 01 de março de 2014.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Salmo e Sol



Terra sedenta.
Sol demais e chuva de menos.
Peixes agonizando
nas águas putrefatas,
irrespiráveis, quentes!
E a alma de cada um de nós
está sedenta de quê?
De inspiração... amizade...
sombra... ou paz?
O Salmo 62 me socorre:
“A minh’alma tem sede de Vós
como a terra sedenta, meu Deus!
Sois Vós, ó Senhor, o meu Deus!
Desde a aurora ansioso vos busco!
Minh’alma tem sede de Vós,
minha carne também vos deseja.
Como terra sedenta e sem água,
venho, então, contemplar-vos
para vossa glória e poder.
A minh’alma será saciada
como em grande banquete de festa;
cantará a alegria em meus lábios
ao cantar para Vós meu louvor!
Exulto à sombra de vossas asas
e minh’alma se agarra em Vós.
Neste “Oasis de Letras” serei saciada?
Obrigada, Senhor!

 Maria Ignez Pereira (membro da Acadêmica Guaçuana de Letras) 

Maria Ignez Pereira

Maria Ignez Pereira nasceu na Penha, em S. Paulo, aos 13.05.1930. Já compunha versos aos 16 anos. Depois do Ginásio, escolheu o Curso Clássico. Professora de Português e Latim, sem-pre em. colégios de freiras. Diretora de Instituto de Educaçãoem São Paulo. Psicóloga com diploma nas três áreas (Clínica, do Trabalho e Educacional), dedicou-se à reabilitação de cegos por sete anos. Casou-se com Nikola Adalbert em 1978, aposentou-se em 1980 e veio residirem Moji Guaçu, em 1983. Poetisa e Trovadora, soma dezenas de troféus, medalhas e diplomas. Verbete em dois “Dicionários Biobibliográficos de Escritores Brasileiros Contemporâneos”. Participou de muitas coletâneas literárias. Atuou como secretária da Casa do Escritor desde sua fundação em 1988, dela ausentando-se por alguns anos. Participou da fundação da Academia Guaçuana de Letras em 1999, sendo titular efetiva da cadeira n°7, com o patrono Guilherme de Almeida. Viúva em 2000, foi nomeada em 2004 para criar uma “Delegacia” da UBT, União Brasileira de Trovadores, agora já elevada à “Seção” de Moji Guaçu. Há oito anos compõe e edita o Gua- cutrovas e já assinou mais de duas mil trovas. É patronesse da Biblioteca do CAIC (Centro Assistencial Integral à Criança ). Textos seus podem ser lidos em informativos paroquiais e na Gazeta Guaçuana. Autora de “Em cada Cantouma Poesia” e “Poemas para os Filhos de Deus”.

sexta-feira, 7 de março de 2014

A MINHOCA NONOCA                                                                                       
A minhoquinha que queria virar borboleta

        
Há muito tempo, em uma terra distante, quando as coisas e os animais falavam, tinham muitas árvores encantadas, castelos e animais também.
        As árvores na sua maioria eram muito velhas, grandes e faziam muita sombra. Tinham as árvores crianças e jovens também, nascidas das sementes que caiam na terra. Na sombra, muitas folhas se amontoavam e apodreciam. Havia grande umidade que era o paraíso e o reino das minhocas.
        Bem junto a uma árvore enorme e bastante idosa, morava uma minhoca muito fofinha. Era uma princesinha do Reino de Húmus, do Povo das Minhocas, que se chamava Nonoca.
       Era, porém muito infeliz a coitadinha, porque as minhocas donzelas do reino viviam rindo e dizendo que Nonoca não era comprida como uma princesa minhoca deveria ser. Por isso ela vivia chorando por não se achar comprida nem fina o suficiente para ser considerada uma minhoca bonita. Ela era curtinha, rosada e fofa.
      Sua mamãe, a rainha de Húmus lhe perguntava: - Por que você chora Nonoca, minha princesinha?
      - Porque sou curtinha e gordinha, ao invés de ser como as outras, lindas, finas e compriiiiiidas...! E assim mamãe, sem um atrativo especial o príncipe Minhoco não vai querer se casar comigo!
        Sua mãe a consolava dizendo: - Você é muito jovem ainda e vai crescer bastante, e tem talentos que as outras não têm. As pessoas são mais admiradas pela bondade do coração do que pela beleza exterior. Você vai subir bem alto na vida, e um dia será a rainha de Húmus, você verá. “Quem tem esperança, sempre alcança”!
       Certo dia, ela estava com a cabecinha para fora da terra, pensando muito quieta, quando o professor Corujão ao avistá-la disse: - Sei que anda chorando princesa Nonoca! Por que não sai para passear um pouquinho? Eu fico aqui no galho protegendo você de qualquer pássaro mau. Assim se distrairá conversando com as cinco irmãs borboletas.
        - Irmãs borboletas Professor !? - Perguntou admirada a minhoca Nonoca.
        - Sim, você não as conhece ainda? São umas gracinhas e muito bondosas, só pensam em ajudar os outros animais. A branquinha se chama Nadinha, porque além de ser branca é pequenina, quase que a gente não a vê; a vermelha se chama Brasinha, porque parece uma brasa viva de verdade; a azul se chama Celeste, da cor do céu; a amarelinha é chamada de Mel, porque parece mesmo uma gota de mel contra o Sol; e, por último a poética Rosinha, por ser tão cor-de-rosa quanto à flor.
        - Aonde posso encontrá-las? Pergunta Nonoca.
        - Não se preocupe, elas logo aparecem, são tão travessas que parecem estar em todo lugar ao mesmo tempo! – Diz o professor Corujão.
        Dito e feito! Foi só Corujão terminar a última sílaba eis que surgem as cinco irmãzinhas tagarelas e esvoaçantes.
        - Tipi-ti, Tipi-ti, ti, ti, pititi? – Pergunta Brasinha para Celeste, na linguagem das borboletas, - que só falavam assim entre elas.
        - Pi-titi, pi-titi! Titi-tiii! - Disse por último Nadinha apontando para Nonoca.
         Na verdade, nem Nonoca, nem as borboletinhas, tinham se visto ainda, e Brasinha, perguntou para Celeste: - Que bichinho engraçado era aquele? E Nadinha disse: Como esse bichinho é bonitinho! Resolveram então conversar com Nonoca na linguagem universal dos bichos e Celeste pergunta:
        - Quem é você? O que você é?
        - Me chamo Nonoca, uma princesa minhoca.
        Então Brasinha, a mais arteira falou: - Vamos convidá-la para brincar?
       Celeste, a mais ponderada das irmãs, lembrou à Brasinha: - Como ela irá brincar conosco se ela não pode voar!? É certo que ela tem um corpinho parecido com o nosso, mas lhe faltam as asas!!
       - É mesmo! - Disseram as outras borboletinhas em coro.
        - E agora? – Disse Mel. E a poética Rosinha concluiu: - Vamos ensiná-la a voar como uma borboleta...!
        - Brasinha disse: - Rosinha ficou biruta, vai ver seu cérebro virou flor! – Pi-pi-pi-pi-pi -, todas riram no modo das borboletas.
       - Rosinha, que nunca se zangava, diz para suas quatro irmãs: - O que vocês não sabem, é um grande segredo que só eu conheço de Nonoca. O professor Corujão me contou - um dia em que eu voava sozinha -, que o maior sonho da princesinha das minhocas era um dia ela poder voar.
      - Imaginem isto meninas! Disse Celeste. E prossegue: - Papai do Céu faz tudo certo mesmo, é pela vontade tão grande dela voar que seu corpinho é igual ao nosso, e não tão comprido e fino igual ao das outras minhocas! Só lhes faltam as asas...

      Então, o Reino de Húmus, ficava bem debaixo de Dona Flora, a grande e velha árvore encantada da floresta. Ela já existia a mais de 700 anos, por isso é que cochilava tanto.                  
     Um dia, as borboletinhas tiveram uma ideia. Iam pedir para a velha Dona Flora, dar uma chacoalhada em seus galhos e derrubar umas folhas. Suas folhas eram muito bonitas, rajadas de amarelo, vermelho, verde e cor laranja, pareciam asas de borboleta mesmo! E o melhor da história é que suas folhas eram encantadas também, pois elas pertenciam a Dona Flora, a Árvore Encantada da Floresta.                                                                                    
        Suas folhas faziam o que ela pedia. Que ficassem ali no chão para aumentar o Reino de Húmus junto à suas raízes, ou que voassem com os ventos indo bem distante, para ajudar outros reinos animais. Por isso elas voavam como asas de borboleta...
       Assim resolvido lá foram elas, e a responsável para falar com Dona Flora era Celeste. Mas, que decepção para as borboletinhas! Dona Flora estava em um sono profundo. Ela chama: - Dona Floraa, ô Dona Floraa, acorde, quero falar com a senhora! E nada!                                                                                                                                                                            Todas gritam juntas: - Dona Floraaa!! Por favor, acorde, precisamos da senhora! E nada da velha árvore acordar.                                                                                                          
Que faremos agora? - Pergunta a sapeca Brasinha.
- Vamos pensar todas juntas para acharmos uma solução - diz Celeste.
Foi a borboletinha Mel, que sugeriu uma solução. Ela diz: - Escutem meninas, eu sou a predileta do Senhor Vento Ventania - que vocês sabem é muito ranzinza, mas ele gosta muito de mim! Que tal se formos até a caverna onde ele mora, e dai eu sendo a predileta, entro e vou falar com ele!
E suas irmãs: - Falar de que assunto Mel??
- Aí é que está o plano garotas,  já que Dona Flora não acorda de jeito nenhum, vou pedir para meu amigo o Senhor Vento “Ventania” que é forte e valentão, para ele dar um assoprão  em Dona Flora para acordá-la ...! Que tal a ideia Celeste?
- Acho muito boa, mas eu temo por você Mel, já pensou se o Senhor Vento acorda assustado e lhe assopra? Você vai parar na Lua! E dai nunca mais vai existir a Melzinha querida... Credo! Nem pensar...
- Mas não vai acontecer nada, ele é bonzinho comigo, ele foi muito com minha carinha amarela, depois todas vocês vão estar juntas comigo, pelo lado de fora. Vamos galera, vamos nessa...!!
Mel as convenceu e lá foram todas para a toca do Vento, que era balofo, grandalhão e ranzinza, mas só quando ficava bravo. Com a Mel então, ele se derretia. Ele dizia que, se fosse um “borboleto” ele queria ser o vovô da borboletinha Mel. Ela contou isso para as irmãs que se acalmaram.
Chegando à casa do Senhor Vento, uma caverna muito funda e escura, enorme, para ele poder caber lá dentro. Na entrada da caverna todas pousaram em uma pedra, só a Mel continuou voando para dentro da caverna e chamando assim: - Senhor Ventaniaaa! Eu posso entrar?
     - QUEM ESTÁ AI? Pergunta falando grosso e bravo o Vento...
O senhor não ouviu que eu o chamei de Senhor Ventania, quem mais o chama assim pelo sobrenome?  Disse Mel.
- Oh, Oh, Oh! - Ri o Vento grandalhão, igual o riso do papai Noel: - Que cabeça de vento a minha, mas claro, só podia ser a minha amiguinha Mel!
Feliz com a visita da amiguinha, o Vento pergunta a ela, o que ela precisava. Mel então lhe conta que precisava acordar dona Flora, e o resto do caso ela contava pelo caminho.
     O Vento então diz que só ia ajudar porque era um pedido da borboletinha Mel, e que ela podia contar com ele também para quem fosse amigo dela. Isso a encheu de orgulho, por ter um amigo tão bom e muito forte. Assim quando ela precisasse se defender de alguma coisa ela pediria para seu amigão.
Na saída da caverna estavam pousadas suas irmãs, e o vento as olhou bem e perguntou quem eram elas. Elas ficaram com medo do Vento ficar bravo. Mel disse que eram suas irmãzinhas e o vento muito feliz disse assim: - Então quero ser o vovô de cinco lindas borboletinhas e todos riram: Oh, Oh, Oh, - Pi, Pi, Pi, Pi !! E seguiram adiante.
     Chegando ao bosque,  Dona Flora  continuava dormindo. Mel pede para o senhor Vento assoprar bem forte a Velha Árvore Encantada, e Celeste então lhe explica que precisava acordá-la para ela derrubar umas folhas no chão.
Então o Vento aspira muito ar a ponto de ficar parecendo um balão gigante. De repente ele solta todo o ar, em um grande assoprão em direção de Dona Flora. A Velha Árvore Encantada leva um grande susto, e acorda esfregando os galhos nos olhos dizendo:
- O que é isso? O que está acontecendo? O mundo está acabando??
     
     -Pi,Pi,Pi,Pi – começam a rir as borboletas, e o Senhor Vento também que cumprimenta a vela amiga: - Como vai Flora querida? Estamos Velhos mesmo, só queremos dormir, agora a pouco Mel também me acordou e sabe por quê? Para acordar você... Oh, Oh, Oh, Oh!
     - O que vocês querem crianças, diz Dona Flora pra as borboletinhas, sob os olhares do Professor Corujão empoleirado em um tronco.
     - Desculpe-nos Dona Flora, termos pedido para o Senhor vento acordá-la, mas é que nós não conseguíamos; a senhora dormia pesado e precisamos que derrube umas folhas encantadas no chão. O Professor Corujão contará para a senhora a boa ação que vamos fazer.
     
     Ali mesmo todos se agradeceram e o Senhor Vento despede-se de Mel e suas irmãs, dizendo que quando precisassem não precisavam temer era só procurá-lo.
Dona Flora dá um chacoalhão em seus galhos derrubando um monte de folhas de todos os tamanhos. As borboletas e o Professor Corujão, entre muitas, escolhem duas que acharam mais adequadas. E Celeste vai chamar Nonoca em sua casinha no chão. Chama no buraquinho: - Nonocaaa!! –
     Logo ela vem para fora.  Colocam duas folhas uma ao lado da outra e pedem para Nonoca entrar entre elas. Nonoca emocionada obedece as amigas e entra no meio das duas folhas.  Nisso, Celeste pede para Nonoca soltar aquela colinha que as minhocas têm no corpinho e imediatamente as folhas encantadas se colam na minhoquinha formando um par de asas lindas, rajadas iguais às das borboletas de verdade. Agora era só fazer o teste do voo. Nonoca chorava de emoção. Dizia: - Não acredito que vocês fizeram isso para mim! Vocês não são borboletas, são fadas. Obrigado Dona Flora, bela e bondosa Árvore Encantada!
     Todos: Dona Flora, Professor Corujão e as cinco irmãs borboletas, piscaram para o Vento que fingira ter ido embora, mas estava na mata. Disseram: - AGORA...!  JÁ... Voe Nonoca, voe... levante um voo bem alto. Antes dela dizer: - “Não Consigo”; o Senhor Vento assoprou bem rasteiro e devagar e forte... Nonoca começou a voar. O vento soprou mais forte e Nonoca foi mais alto, mais alto, circulava no azul do espaço. E bradava feliz: - I U P I I I!!
Celeste gritava aqui do solo: Bata as asas Nonocaaa!! Ela bateu. Quase começou a cair... O Senhor Vento soprou, ela subiu. Treinou, Treinou. E conseguiu voar sozinha!

     Então o Professor Corujão falou a todos os amigos e ao povo do Reino de Húmus que saíram com a Rainha para verem Nonoca voar: O sonho da Princesa Nonoca só se realizou, porque ela nunca desistiu de seu sonho, embora parecesse impossível. Ela venceu todos os obstáculos, é certo com a ajuda dos amigos, porque ninguém na natureza faz nada sozinho, sejam homens ou animais. Acima de tudo é preciso ter uma firme e forte vontade. A persistência, o sonho, e a força de vontade, nunca desistindo até o fim, nos leva à vitória. UM VIVA PARA A PRINCESA NONOCA. Todos: VIVAAA!!
     Nonoca se casou com o Príncipe Minhoco. O Professor Corujão foi o oficial celebrante, as irmãs borboletas convocaram todos os animais alados da floresta para fazerem uma imensa e colorida revoada. O Senhor Vento soprou sementes aladas, como flocos e plumas sobre o Reino de Húmus. Dona Flora derrubava em rodopiantes voos milhares de folhas rajadas sobre a cerimônia. Todos os amigos que lhe ajudaram estavam presentes. 
     A Grande Orquestra Sinfônica de Pássaros da Floresta, de todos os timbres de canto, entoou o hino nupcial e animou o Baile e a Festa!


     E ASSIM... TODOS DESTA HISTÓRIA FORAM FELIZES PARA SEMPRE!
O Centro de Letras de Paranaguá, que tem como patrono o poeta e escritor Leôncio Correia, vai completar 53 anos no próximo dia 1 de setembro. Mas a comemoração vai acontecer no dia 2 de setembro como informa o presidente da entidade, Clarício de Araújo Cardoso.
Portanto, a comemoração acontecerá no dia 2, às 16h, na sede da entidade que se reúne na Casa Elfrida Lobo. Na ocasião, serão recepcionados três novos sócios e será feita uma homenagem póstuma ao ex-prefeito, Mário Roque.
Os três novos sócios são Thiago Poli; Luis César Rodrigues e Alexandre Nogueira.



PAWL - (LENDO A PUBLICAÇÃO ACIMA) QUE TAL A IDÉA DE "SÓCIOS-AMIGOS", OU "AMIGOS DA AGL", - CONTRIBUIRIAM COM A ANUIDADE E DIREITO A APRESENTAR TRABALHOS SE TIVEREM OU QUIZEREM, PODEM PARTICIPAR DOS EVENTOS ETC. ESTUDAR UMA BRECHA ESTATUTÁRIA OU EMENDA AO ATUAL. 




A DESINTEGRAÇÃO DA MORTE  - 
Mauro Martins Santos 

Pertenço, orgulhosamente, à Academia Guaçuana de Letras, de Moji Guaçu-SP-(AGL) - da qual sou membro fundador, lá se vão mais de quinze anos! Todos nós os membros, temos um patrono que obrigatoriamente já deve ser falecido (uma homenagem póstuma) devendo ser escritor brasileiro. 

Por lá desfilam em patronato, nomes de gigantes da literatura nacional: Cora Coralina, Mário Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Cecília Meireles, Monteiro Lobato, João Guimarães Rosa, Vinicius de Moraes, Augusto dos Anjos e muito mais. Todos os gêneros da literatura são bem vindos. Também foi nosso membro o musicista-compositor-cantor-poeta e Imortal da AGL, o saudoso Carlos Cesar, o grande cantor sertanejo (Quem não se lembra da canção, Carreiro Vai, Carreiro Vem...). 

Adiantando-me, meu Patrono, por mim escolhido - grande honra - é ORÍGENES LESSA, jornalista de origem foi um de nossos maiores romancistas. Foi também contista, ensaísta, cronista, novelista, dramatutgo e tantos outros gêneros, e a Cadeira a ele destinada como patrono é a de nº 5 (cinco), a qual ocupo. Recebi por isso, confraternizações, agradecimentos e parabenizações de seus familiares, por minha escolha.
Mais abaixo, citarei algumas de suas obras. 

Contudo, diletos amigos, as portas estão abertas para todos aqueles que amam a literatura, mesmo que não tenham escrito nenhum livro - é uma das primeiras perguntas que nos fazem ou afirmam - "Mas eu não escrevi nenhum livro!".  - E daí? Ama a literatura? - Está dentro! É só ser indicado por um membro, com aprovação de assembleia geral.
Basta amigos, que gostem de escrever, sejam quaisquer dos gêneros literários. Não ganhou nenhum concurso? - Mas vai ganhar! Os membros da AGL, vira e mexe, estão sendo premiados até em cidades que a maioria não sabe onde fica. Mas o membro que se inscreve nos concursos normalmente fatura o prêmio.
Logicamente o membro exerce os gêneros mais próximos de si: a poesia, poema, o conto, incluído o infanto-juvenil, a crônica o romance, a dramaturgia, o cordel e demais outras modalidades.

Isto posto, quero "prosear" - termo muito usado pelo meu pai - que difere todos sabem, da poesia, portanto não vou poetizar - o que deixo para meus colegas poetas . Aquilo que às vezes faço, é pegar um texto e vesti-lo com as roupas de gala da poesia, ensejo um diálogo entre os dois gêneros, dá namoro e casamento e nasce o poema-em-prosa ou a prosa-poética, contudo sem brindar os leitores com as maravilhas da métrica e ritmo, por vezes somente a rima. Mas acaba ficando sonoro, e tenho com satisfação qualificados retornos. 
Outra feição que gosto de dar aos textos - e nisto me enquadro - são os andares do conto envolto em parábolas, fábulas e metáforas. Como foi dito, e ainda não o fiz: vamos prosear a respeito do título deste artigo: A DESINTEGRAÇÃO DA MORTE, de Orígenes Lessa fazendo uma breve resenha.

A DESINTEGRAÇÃO DA MORTE - Orígenes Lessa, l948, conteúdo atualíssimo ainda, traz como personagem principal um cientista que acaba com a morte (a desintegra) tornando todos imortais. A ausência dela provoca as mais diferentes transformações no comportamento das pessoas: o Ódio, a Vingança o desejo de assassinar o concorrente.
Caem todas as máscaras: religiosas, empresariais, bélicas, as de medicamentos e políticas. O autor propõe que os valores da sociedade estão assentados na morte. Sem ela a humanidade seria outra. Matariam uns aos outros – por exemplo – pela falta de alimento causado pela hiper-população da Terra. A falência da “indústria da morte” levariam os grandes detentores do poder mundial à loucura. Aumentariam os suicídios. Tendo por causa que ninguém mais morria, todos eram eternos. Perdas incalculáveis na indústria da guerra (armamentos) a perda de trilhões dos magnatas das indústrias de medicamentos, hospitais, médicos, até floriculturas e seus grandes viveiros de plantios... Não suportariam o decorrer das pressões da fome, falta de água... Todos fecham as portas. Bilhões de desempregados no mundo. O cientista só não eliminou as necessitadas pessoais intrínsecas do humano, por exemplo: a fome, fator agravante à imortalidade dos homens, que depredam, matam, destroem e roubam para comer. Ninguém tem dinheiro. Não há combustível para máquinas e aquecedores ao frio da Europa e Polos.
Ao final começam a surgir cultos a ídolos que os façam ver a glória da morte, por não mais suportarem ver desfilar diante de seus olhos os horrores do desemprego, da fome e da sede que os tortura diariamente. Passam a erigir imagens a Hitler, Mussolini, Stalim. Mao Tsé Tung, Nero, Calígula. Estes sim trouxeram felicidade à humanidade, com os milhões que Hitler livrou do sofrimento da vida. Mereciam o culto de seus agora fiéis, que julgavam-nos incompreendidos pela sociedade que os execrou.

Um painel trágico? Não nos prende (à ficção), a uma inversão imaginável, dos horrores da vida sem a morte presente? É um tema que Orígenes deixou para sua posteridade comentar e debater. O Criador errou em algum momento da criação? A morte é uma execração a Deus? A genialidade de Orígenes nos legou estas enquetes.

 Alguns títulos de autoria de ORÍGENES LESSA: O Feijão e O Sonho - virou série na TV Globo; Claudio Cavalcanti – morto recentemente – foi Lara, um professor pobre e intensamente sonhador. A bela – até hoje – Natália do Valle fez a Rosinha, que era o “feijão”, a realidade, o pé no chão, sarcástica até ao ponto de ridicularizar Lara, seu marido, diante dos amigos, cuja alma era mais dócil que uma pomba branca.
Dizia nos tons regionalíssimos do interior paulista: - “Isso! Escreva mesmo...! Poesia não é? Vai ficar rico... de dívidas..., mais do que já tem !! Vamos fazer cruz na boca, isso se não morrermos de fome antes...coitadinhas das crianças... uns inocentes..!
Quando Lara comprou uma estatueta em um belchior – “brechó” – Rosinha  fica possessa. O coitado entrou escondendo a estatueta de marfim como uma criança escondendo um doce. Zuupt! Põe na gaveta do criado... lá vai Rosinha atrás! Vê a estatueta e desanca o pobre do Lara: - Tá ficando louco, endoidou, tem que ser internado no Juquiri...!! Quanto pagou por esta... nem falo o nome !! – M-mas Rosinha, é uma obra de arte! - Quanto, eu perguntei...! Ele fala. O que?? Vinte e cinco mil réis. Ficou louco varrido..!! Só internado mesmo. Ela fica possessa de uma vez... e vai devolver ao dono do “brechó “a dita estatueta. Coitado do Lara - tentou impedir - mas quem diz de...
Não tem mais coragem de encarar as pessoas na rua  de vergonha... Rosinha volta satisfeita, com os réis na mão: – Pelo menos estes eu salvei...

E assim vai a história... a parte triste é a pobreza de Lara frente aos seus sonhos. A divertida são os diálogos ricos de interioridade, costumes e regionalismo paulista. Uma realidade da vida de um pobre professor, que sonha alto em ganhar a vida escrevendo... Tudo caminha bem e de forma surpreendente, ao fim, neste premiadíssimo romance.

Outros títulos: A Escada de Nuvens, Parada De Lucas, Memórias de Um Cabo de Vassoura, Se Meu Fusca Falasse, A Desintegração da Morte e tantos outros que só vale a pena ler.
Orígenes foi o primeiro e único jornalista brasileiro a entrevistar Charles Chaplin e outros famosos da época. Existem inúmeros trabalhos seus esparsos que estão sendo juntados em livros. É o fundador da BMOL – Biblioteca Municipal “Orígenes Lessa” em Lençóis Paulista, que além dos milhares de livros, em seus três andares,  mantém acervos de Drummond, Cora Coralina , Bilac e outros. Por iniciativa de Orígenes Lessa, os grandes colaboradores (em livros) à biblioteca BMOL, recebem nome de ruas em Lençóis Paulista.

                   Mauro Martins Dos Santos - Membro da AGL - 
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