A DESINTEGRAÇÃO DA
MORTE -
Mauro Martins
Santos
Pertenço, orgulhosamente, à Academia Guaçuana de Letras, de Moji Guaçu-SP-(AGL) - da qual sou membro fundador, lá se vão mais de quinze anos! Todos nós os membros, temos um patrono que obrigatoriamente já deve ser falecido (uma homenagem póstuma) devendo ser escritor brasileiro.
Pertenço, orgulhosamente, à Academia Guaçuana de Letras, de Moji Guaçu-SP-(AGL) - da qual sou membro fundador, lá se vão mais de quinze anos! Todos nós os membros, temos um patrono que obrigatoriamente já deve ser falecido (uma homenagem póstuma) devendo ser escritor brasileiro.
Por lá
desfilam em patronato, nomes de gigantes da literatura nacional: Cora
Coralina, Mário Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector,
Cecília Meireles, Monteiro Lobato, João Guimarães Rosa, Vinicius de Moraes,
Augusto dos Anjos e muito mais. Todos os gêneros da literatura são bem vindos.
Também foi nosso membro o musicista-compositor-cantor-poeta e Imortal da AGL, o
saudoso Carlos Cesar, o grande cantor sertanejo (Quem não se lembra da
canção, Carreiro Vai, Carreiro Vem...).
Adiantando-me, meu
Patrono, por mim escolhido - grande honra - é ORÍGENES LESSA, jornalista
de origem foi um de nossos maiores romancistas. Foi também contista, ensaísta, cronista, novelista, dramatutgo e tantos outros gêneros, e a Cadeira a ele destinada como patrono é a
de nº 5 (cinco), a qual ocupo. Recebi por isso, confraternizações,
agradecimentos e parabenizações de seus familiares, por minha escolha.
Mais abaixo, citarei
algumas de suas obras.
Contudo, diletos amigos, as portas estão abertas
para todos aqueles que amam a literatura, mesmo que não tenham escrito nenhum
livro - é uma das primeiras perguntas que nos fazem ou afirmam - "Mas eu
não escrevi nenhum livro!". - E daí?
Ama a literatura? - Está dentro! É só ser
indicado por um membro, com aprovação de assembleia geral.
Basta amigos, que gostem de escrever, sejam quaisquer dos gêneros literários. Não ganhou nenhum concurso? - Mas vai ganhar! Os membros da AGL, vira e mexe, estão sendo premiados até em cidades que a maioria não sabe onde fica. Mas o membro que se inscreve nos concursos normalmente fatura o prêmio.
Basta amigos, que gostem de escrever, sejam quaisquer dos gêneros literários. Não ganhou nenhum concurso? - Mas vai ganhar! Os membros da AGL, vira e mexe, estão sendo premiados até em cidades que a maioria não sabe onde fica. Mas o membro que se inscreve nos concursos normalmente fatura o prêmio.
Logicamente o
membro exerce os gêneros mais próximos de si: a poesia, poema, o conto, incluído
o infanto-juvenil, a crônica o romance, a dramaturgia, o cordel e demais outras
modalidades.
Isto posto, quero "prosear" - termo muito usado pelo meu pai - que
difere todos sabem, da poesia, portanto não vou poetizar - o que deixo
para meus colegas poetas . Aquilo que às vezes faço, é pegar um texto e
vesti-lo com as roupas de gala da poesia, ensejo um diálogo entre os dois gêneros, dá namoro e casamento e nasce o poema-em-prosa ou a prosa-poética, contudo sem brindar os leitores com
as maravilhas da métrica e ritmo, por vezes somente a rima. Mas acaba ficando sonoro, e
tenho com satisfação qualificados retornos.
Outra feição que gosto de dar aos
textos - e nisto me enquadro - são os andares do conto envolto em parábolas,
fábulas e metáforas. Como foi dito, e ainda não o fiz: vamos prosear a
respeito do título deste artigo: A DESINTEGRAÇÃO DA MORTE, de Orígenes Lessa fazendo uma breve resenha.
A DESINTEGRAÇÃO DA MORTE - Orígenes Lessa, l948, conteúdo atualíssimo ainda, traz
como personagem principal um cientista que acaba com a morte (a desintegra)
tornando todos imortais. A ausência dela provoca as mais diferentes transformações
no comportamento das pessoas: o Ódio, a Vingança o desejo de assassinar o
concorrente.
Caem todas as máscaras: religiosas, empresariais, bélicas, as de medicamentos e políticas. O autor propõe que os valores da sociedade estão assentados na morte. Sem ela a humanidade seria outra. Matariam uns aos outros – por exemplo – pela falta de alimento causado pela hiper-população da Terra. A falência da “indústria da morte” levariam os grandes detentores do poder mundial à loucura. Aumentariam os suicídios. Tendo por causa que ninguém mais morria, todos eram eternos. Perdas incalculáveis na indústria da guerra (armamentos) a perda de trilhões dos magnatas das indústrias de medicamentos, hospitais, médicos, até floriculturas e seus grandes viveiros de plantios... Não suportariam o decorrer das pressões da fome, falta de água... Todos fecham as portas. Bilhões de desempregados no mundo. O cientista só não eliminou as necessitadas pessoais intrínsecas do humano, por exemplo: a fome, fator agravante à imortalidade dos homens, que depredam, matam, destroem e roubam para comer. Ninguém tem dinheiro. Não há combustível para máquinas e aquecedores ao frio da Europa e Polos.
Ao final começam a surgir cultos a ídolos que os façam ver a glória da morte, por não mais suportarem ver desfilar diante de seus olhos os horrores do desemprego, da fome e da sede que os tortura diariamente. Passam a erigir imagens a Hitler, Mussolini, Stalim. Mao Tsé Tung, Nero, Calígula. Estes sim trouxeram felicidade à humanidade, com os milhões que Hitler livrou do sofrimento da vida. Mereciam o culto de seus agora fiéis, que julgavam-nos incompreendidos pela sociedade que os execrou.
Um painel trágico? Não nos prende (à ficção), a uma inversão imaginável, dos horrores da vida sem a morte presente? É um tema que Orígenes deixou para sua posteridade comentar e debater. O Criador errou em algum momento da criação? A morte é uma execração a Deus? A genialidade de Orígenes nos legou estas enquetes.
Alguns títulos de autoria de ORÍGENES LESSA: O Feijão e O Sonho - virou série na TV Globo; Claudio Cavalcanti – morto recentemente – foi Lara, um professor pobre e intensamente sonhador. A bela – até hoje – Natália do Valle fez a Rosinha, que era o “feijão”, a realidade, o pé no chão, sarcástica até ao ponto de ridicularizar Lara, seu marido, diante dos amigos, cuja alma era mais dócil que uma pomba branca.
Caem todas as máscaras: religiosas, empresariais, bélicas, as de medicamentos e políticas. O autor propõe que os valores da sociedade estão assentados na morte. Sem ela a humanidade seria outra. Matariam uns aos outros – por exemplo – pela falta de alimento causado pela hiper-população da Terra. A falência da “indústria da morte” levariam os grandes detentores do poder mundial à loucura. Aumentariam os suicídios. Tendo por causa que ninguém mais morria, todos eram eternos. Perdas incalculáveis na indústria da guerra (armamentos) a perda de trilhões dos magnatas das indústrias de medicamentos, hospitais, médicos, até floriculturas e seus grandes viveiros de plantios... Não suportariam o decorrer das pressões da fome, falta de água... Todos fecham as portas. Bilhões de desempregados no mundo. O cientista só não eliminou as necessitadas pessoais intrínsecas do humano, por exemplo: a fome, fator agravante à imortalidade dos homens, que depredam, matam, destroem e roubam para comer. Ninguém tem dinheiro. Não há combustível para máquinas e aquecedores ao frio da Europa e Polos.
Ao final começam a surgir cultos a ídolos que os façam ver a glória da morte, por não mais suportarem ver desfilar diante de seus olhos os horrores do desemprego, da fome e da sede que os tortura diariamente. Passam a erigir imagens a Hitler, Mussolini, Stalim. Mao Tsé Tung, Nero, Calígula. Estes sim trouxeram felicidade à humanidade, com os milhões que Hitler livrou do sofrimento da vida. Mereciam o culto de seus agora fiéis, que julgavam-nos incompreendidos pela sociedade que os execrou.
Um painel trágico? Não nos prende (à ficção), a uma inversão imaginável, dos horrores da vida sem a morte presente? É um tema que Orígenes deixou para sua posteridade comentar e debater. O Criador errou em algum momento da criação? A morte é uma execração a Deus? A genialidade de Orígenes nos legou estas enquetes.
Alguns títulos de autoria de ORÍGENES LESSA: O Feijão e O Sonho - virou série na TV Globo; Claudio Cavalcanti – morto recentemente – foi Lara, um professor pobre e intensamente sonhador. A bela – até hoje – Natália do Valle fez a Rosinha, que era o “feijão”, a realidade, o pé no chão, sarcástica até ao ponto de ridicularizar Lara, seu marido, diante dos amigos, cuja alma era mais dócil que uma pomba branca.
Dizia nos tons
regionalíssimos do interior paulista: - “Isso! Escreva mesmo...! Poesia não é?
Vai ficar rico... de dívidas..., mais do que já tem !! Vamos fazer cruz na
boca, isso se não morrermos de fome antes...coitadinhas das crianças... uns
inocentes..!
Quando Lara comprou
uma estatueta em um belchior – “brechó” – Rosinha fica possessa. O coitado entrou escondendo a
estatueta de marfim como uma criança escondendo um doce. Zuupt! Põe na gaveta
do criado... lá vai Rosinha atrás! Vê a estatueta e desanca o pobre do Lara: -
Tá ficando louco, endoidou, tem que ser internado no Juquiri...!! Quanto pagou
por esta... nem falo o nome !! – M-mas Rosinha, é uma obra de arte! - Quanto,
eu perguntei...! Ele fala. O que?? Vinte e cinco mil réis. Ficou louco
varrido..!! Só internado mesmo. Ela fica possessa de uma vez... e vai devolver
ao dono do “brechó “a dita estatueta. Coitado do Lara - tentou impedir - mas quem
diz de...
Não tem mais
coragem de encarar as pessoas na rua de
vergonha... Rosinha volta satisfeita, com os réis na mão: – Pelo menos estes eu
salvei...
E assim vai a
história... a parte triste é a pobreza de Lara frente aos seus sonhos. A
divertida são os diálogos ricos de interioridade, costumes e regionalismo
paulista. Uma realidade da vida de um pobre professor, que sonha alto em ganhar
a vida escrevendo... Tudo caminha bem e de forma surpreendente, ao fim, neste premiadíssimo romance.
Outros títulos: A
Escada de Nuvens, Parada De Lucas, Memórias de Um Cabo de Vassoura, Se Meu
Fusca Falasse, A Desintegração da Morte e tantos outros que só vale a pena ler.
Orígenes foi o
primeiro e único jornalista brasileiro a entrevistar Charles Chaplin e outros
famosos da época. Existem inúmeros trabalhos seus esparsos que estão sendo
juntados em livros. É o fundador da BMOL – Biblioteca Municipal “Orígenes
Lessa” em Lençóis Paulista, que além dos milhares de livros, em seus três
andares, mantém acervos de Drummond,
Cora Coralina , Bilac e outros. Por iniciativa de Orígenes Lessa, os grandes
colaboradores (em livros) à biblioteca BMOL, recebem nome de ruas em Lençóis
Paulista.
Mauro Martins Dos Santos - Membro da AGL - ///. S@//tos
Mauro Martins Dos Santos - Membro da AGL - ///. S@//tos
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