Poesia Brasileira do Século XIX
Luiz Gonzaga Pinto da Gama
(1830-1882)
(1830-1882)
BODARRADA
Se
negro sou ou sou bode,
Pouco
importa. O que isto pode?
Bodes
ha de toda casta,
Pois
que a espécie é mui vasta ...
Ha
cinzentos, ha rajados,
Baios,
pampas e malhados,
Bodes
negros, BODES BRANCOS,
E
sejamos todos francos,
Uns
plebeus e outros nobres,
Bodes
ricos bodes pobres,
Bodes
sábios, importantes,
E
também alguns tratantes ...
Aqui,
nesta boa terra,
Marram
todos, tudo berra.
.
. . . . . . . . . . . .
Cesse,
pois, a matinada,
Porque
tudo é bodarrada!
LUIZ GAMA
Nasceu em Salvador, Bahia. Filho de uma escrava africana. Seu pai, português, o vendeu como escravo. Em casa dos seus senhores aprendeu a ler com um acadêmico de Direito. Fugiu para assentar praça no Exército.
Foi escrevente de cartório, amanuense do gabinete particular do Conselheiro Furtado de Mendonça, de onde por motivos políticos foi expulso.
Foi jornalista onde teve destacada atenção na Campanha Abolicionista.
Como escravo foragido destacava-se na causa abraçada, manejando com maestria a sátira como exemplifica seu poema "A Bodarrada".
Obras poéticas: Primeiras Trovas Burlescas, Poesias Satíricas.
(brasilcult)
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