terça-feira, 26 de dezembro de 2017
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
FELIZ NATAL A TODOS OS LEITORES
OBRIGADO MEUS QUERIDOS AMIGOS PELA HONROSA E GENTIL VISITA AO BLOG DURANTE TODO ESTE ANO DE 2017.
ESPERO PARA O NOVO ANO,PODER AINDA MAIS COMPARTILHAR COM BOA LITERATURA E CURIOSIDADES DE TODO O MUNDO SEMPRE DE FORMA A SERVI-LOS NO LAZER, INFORMAÇÃO E CULTURA.
DEUS LHES PAGUE POR TUDO AMADOS AMIGOS LEITORES!
HORIZONTES
Julgo difícil o "Eu poético" ter de escolher
uma pétala de flor do "Jardim de Poesias",
estranhar íntimos caminhos e vir a se perder.
Ocorre, o estranho e difícil, porque a poética
nos induz a existir discrição nas preferências.
Mas o acolher da Saudade é sempre apática,
é o regresso ao recôndito da alma, a essência...
Pois são letras que se movem,
se modulam
se inteiram...
Se consomem.
A poética vida,
se não consome
como dádiva
é consumida!
Disse o ¹poeta:
"Não tenho paredes,
só horizontes."
A vida é muito mais
que o horizonte visto
de sua janela! Bem mais...
[M. Martins Santos]
¹ Mário Quintana
quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
FALA MEU CORAÇÃO
"O Eu Poético"
FALA MEU CORAÇÃO
Não percebes o amor que lhe devoto...
Fere-me o fato de apenas disfarçar favores.
A amizade que me devotas e que denoto
é até mais nobre do que certos amores,
eis que permite que o objeto dela se divida
em outros afetos que não sofrem dores,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme,
não admite que a rivalidade seja incólume.
Terrível dilema, mas não dor tão suprema
que me tolha, embarace, embargue a razão,
se meus lábios não dizem, fala meu coração!
domingo, 17 de dezembro de 2017
UMA MENINA QUE PASSOU
*Desenho - grafite a cores, estilo hiper-realista
UMA MENINA QUE PASSOU...
A rua, de paralelepípedos cinza - fumegava.
O dia que fora quente virou um dia
ventoso,
Uma menina ali passava sua saia
levantava,
Rente às pernas as barras da saia
segurava...
Pernas perfeitas eram-lhes a imagem
vistosa,
Era garoto afoito que aos ventos só
aplaudia,
No olhar lívido e rasteiro torcia
pela ventania:
Tal imagem envolvia o prazer que se
fantasia.
À noite sonhei com a menina vestida
de rosa,
Imagem ao vento - desejo de vê-la
outra vez,
Não mais haverei de ver tal flor tão
mimosa?
Tão ruiva! Apenas foi passado? Não
sumiste!
De ti, jamais me fora - e em mim tu
persistes,
Tu que eu tivera amado, tu que ainda
existes!
*Arte visual-desenho, no estilo
acadêmico,
técnica grafite e penas nas minúcias, estilo: hiper-realidade.
-Qual a vantagem deste estilo se existe a fotografia? -
pergunta-se.
- Poder criar uma imagem "real" de alguém inexistente... E/ou por Instantes no exato momento de sua criação ter o poder conferido pelo Criador de congelar o tempo
imaginário, de como alguém poderia ter sido em um passado, ou poderá sê-lo no futuro.
Talvez assim na Idade Média?
Ou assim em um desconhecido enigmático futuro?
Não ocorrera mais ou menos isso com a lenda grega de Pigmaleão e
sua Galathéia - escultura feita a seu talante e desejo - tão forte que por ela
se apaixonou?
[m.m.s]
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
À SOMBRA DAS ARAUCÁRIAS: PERSONALIZANDO DE FORMA GRÁTIS SUA NECESSIDADE.
À SOMBRA DAS ARAUCÁRIAS: PERSONALIZANDO DE FORMA GRÁTIS SUA NECESSIDADE.: NÃO SABIA QUE PODERIA DE 70 MANEIRAS DIFERENTES INICIAR A AJUDAR NA LIMPEZA DO PLANETA TERRA. NÃO SÓ, MAS TAMBÉM ECONOMIZAR DINHEIRO E SE...
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
O VENTO PODIA TE TRAZER PARA CÁ
O vento podia te trazer para cá.
Você chegaria sem conhecer nada
e eu iria te buscar na rodoviária.
Eu ficaria ansioso olhando,
ficaria atento te esperando
torcendo pela sua chegada,
sua presença tão esperada
como se fosse um sonho.
O vento podia te trazer para cá.
Você chegaria sem conhecer nada
e eu iria te buscar na rodoviária.
Eu ficaria ansioso olhando,
ficaria atento te esperando
torcendo pela sua chegada,
sua presença tão esperada
como se fosse um sonho.
Não sei qual seria a minha reação,
como iria reagir meu coração
quando você descesse do ônibus,
quando, finalmente, eu te visse
caminhando em minha direção...
como iria reagir meu coração
quando você descesse do ônibus,
quando, finalmente, eu te visse
caminhando em minha direção...
O vento podia te trazer para cá
e te colocar, finalmente, nos meus braços,
eu te daria mil abraços,
te prenderia com meus laços,
te daria toda atenção
e você ficaria hospedada
para sempre no meu coração.
e te colocar, finalmente, nos meus braços,
eu te daria mil abraços,
te prenderia com meus laços,
te daria toda atenção
e você ficaria hospedada
para sempre no meu coração.
Cícero Alvernaz (autor) 21-08-2017.
quarta-feira, 22 de novembro de 2017
1ª Exposição Cultural Monteiro Lobato
Os Acadêmicos Fátima Fílon e Paulo Scollo Jr (Paul Law), participarão da abertura da 1ª Exposição Cultural "Monteiro Lobato", promovida pelo Departamento de Educação da Prefeitura Municipal de Estiva Gerbi/SP. Além dos membros da AGL citados, o evento contará com a presença da escritora Arlene Padrão e do escritor Bibiano Elói Jr, além de outros ilustres convidados.
A exposição estará aberta ao público nos dias 28 e 29 de novembro de 2017, das 08h ás 11h e das 13h às 16h no Centro Esportivo Mario Rocha, situado na Rua Ângelo Zanco. A abertura do evento está marcado para o dia 27 de novembro de 2017 às 19h no mesmo local.
Veja o cartaz de divulgação do evento:
Fica o registro e o convite a todos os Acadêmicos , assim como à população guaçuana.
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
PELA FRESTA DA JANELA
Pela fresta da janela
eu vi a festa, vi a cara dela,
vi os comensais, o anfitrião,
vi a luz bruxuleante de uma vela,
vi também um velho lampião.
Pela fresta da janela
eu vi a festa, vi a cara dela,
vi os comensais, o anfitrião,
vi a luz bruxuleante de uma vela,
vi também um velho lampião.
Vi a moça feia que dançava,
vi o homem tonto que olhava,
vi que alguém sorria e espiava
todo aquele quadro de horrores
que fora pintado em tantas cores.
vi o homem tonto que olhava,
vi que alguém sorria e espiava
todo aquele quadro de horrores
que fora pintado em tantas cores.
Pela fresta da janela
eu vi a festa, vi a cara dela,
vi os convidados todos juntos,
deu até pra ouvir alguns assuntos,
tudo pela fresta da janela.
eu vi a festa, vi a cara dela,
vi os convidados todos juntos,
deu até pra ouvir alguns assuntos,
tudo pela fresta da janela.
Eu queria entrar, participar,
ver, comer, beber e me folgar,
mas só vi da fresta da janela
velho lampião e a luz da vela,
pois ninguém chamou-me para entrar.
ver, comer, beber e me folgar,
mas só vi da fresta da janela
velho lampião e a luz da vela,
pois ninguém chamou-me para entrar.
Cícero Alvernaz (autor)
07-11-2017.
07-11-2017.
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
UNIVERSO DO MEDO
Vivemos hoje no "universo do medo".
Medo de ficar, medo de sair,
medo de opinar, medo de sorrir.
Medo, sempre medo, receio de falar
e não ser compreendido.
Vontade de gritar,
mas o medo nos deixa encolhidos.
Quase tudo é proibido pelo politicamente correto.
Temos que dançar conforme a música
e não podemos errar a letra,
sob pena de sermos vaiados em pleno palco da vida.
E assim engolimos a nossa opinião sobre diversos assuntos.
Ficamos sempre na dúvida entre falar e calar.
Se opinamos corremos sérios riscos,
se nos calamos somos omissos e sofremos mais.
Hoje, tudo é homofobia, discriminação, intolerância,
racismo e preconceito.
Andamos sempre como os animais
que só podem olhar pra frente
e mastigam diariamente um freio
que os limitam em seus movimentos.
Até quando?
Quem mais sofre com isto são as pessoas criativas,
aquelas que inventam e criam
e dão uma nova cor e sentido aos fatos do cotidiano.
Enquanto isto acontece,
os verdadeiros "bandidos" aproveitam para trapacear
e espezinhar tornando a vida,
o mundo, num universo do medo,
num quase calabouço, ou num "cala boca".
Onde fica a nossa liberdade de expressão?
Como disse alguém: "Isto aqui está parecendo
uma Ditadura".
Medo de ficar, medo de sair,
medo de opinar, medo de sorrir.
Medo, sempre medo, receio de falar
e não ser compreendido.
Vontade de gritar,
mas o medo nos deixa encolhidos.
Quase tudo é proibido pelo politicamente correto.
Temos que dançar conforme a música
e não podemos errar a letra,
sob pena de sermos vaiados em pleno palco da vida.
E assim engolimos a nossa opinião sobre diversos assuntos.
Ficamos sempre na dúvida entre falar e calar.
Se opinamos corremos sérios riscos,
se nos calamos somos omissos e sofremos mais.
Hoje, tudo é homofobia, discriminação, intolerância,
racismo e preconceito.
Andamos sempre como os animais
que só podem olhar pra frente
e mastigam diariamente um freio
que os limitam em seus movimentos.
Até quando?
Quem mais sofre com isto são as pessoas criativas,
aquelas que inventam e criam
e dão uma nova cor e sentido aos fatos do cotidiano.
Enquanto isto acontece,
os verdadeiros "bandidos" aproveitam para trapacear
e espezinhar tornando a vida,
o mundo, num universo do medo,
num quase calabouço, ou num "cala boca".
Onde fica a nossa liberdade de expressão?
Como disse alguém: "Isto aqui está parecendo
uma Ditadura".
sábado, 28 de outubro de 2017
O AMOR
O AMOR
Um amor
quando é grande o suficiente
Espera aquilo
que outro não pode ver,
Ciente na
espera é benigno e paciente.
Tem
esperança naquilo que parece irreal
Aos olhos e
sentidos das demais pessoas;
Tal amor é
suficiente, consciente e real...
Na espera
tudo crendo, reside seu valor.
Não nos
jactemos de conquista no amor,
Por não ser
obra nossa senão do Criador.
Não dizemos
aos olhos não preciso de vós,
Se não os
temos - sofremos na escuridão
Com o amor
assim é - ele faz parte de nós!
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
Reunião de outubro de 2017 da AGL
No dia 21 de outubro de 2017 às 15h, primeiro nas dependências da FIMI, no pátio próximo á cantina para ser exato, e, depois, na praça em frente á Faculdade, reuniram-se os membros da Academia Guaçuana de Letras para tratar de assuntos diversos com foco em Literatura.
Participaram desta reunião os novos Acadêmicos Marcos Cunha, Carlos Alcântara e Airton Damasio, além dos Acadêmicos Cícero Alvernaz, Augusto Legaspe, Diamantino Gaspar, Maria Ignez, Rosely Rodrigues, Angela Camargo, João Carlos, Afonso J. Santos, Eliana Silva, Paul Law e Jayme Cardozo.
A AGL recebeu a visita do escritor mogimiriano Luís Antonio Padovani.
Os Acadêmicos elegeram a nova diretoria que gerenciará a Instituição nos próximos quatro anos (2018/2021), a saber:
Presidente: Luís Braga Jr.
1º Vice: Angela Camargo
2º Vice: Jayme Cardozo
1º Tesoureiro: João Carlos (Joca)
2º Tesoureiro: Cícero Alvernaz
1º Secretário: Afonso J. Santos
2º Secretário: Paul Law (Paulo Scollo Jr)
Bibliotecário: Maria Ignez
Conselho Fiscal:
1º: Diamantino Gaspar
2º: Augusto Legaspe
3º: Ubaldino
Suplentes:
1º: João Vitor Rossi
2º: Mauro Martins
3º: Mariana Camilo
4º: Eliana Silva
Confira algumas imagens cedidas pelos Acadêmicos Cícero Alvernaz e Jayme Cardozo:
terça-feira, 24 de outubro de 2017
domingo, 22 de outubro de 2017
NOITES FRIAS
NOITES FRIAS
Os cabelos
embranqueceram,
Imitando
neve das noites frias;
As ilusões
nos abandonaram...
Filhos se
foram indo, dia a dia.
O lar um
imenso casarão virou,
Um velho castelo abandonado.
O filho
caçula também se casou,
A filha com
seu único namorado.
Então passei
a escrever poesia,
Algo quase
sempre se aproveita
Vale para
afugentar a nostalgia...
Meu forte,
amigos, acredito ser:
Alinhavar
ditames e pensamentos,
Peço a
Deus só saúde pra escrever!sábado, 21 de outubro de 2017
FLORES QUE MURCHAM PRECOCES
FLORES QUE MURCHAM PRECOCES
Elejo esta saudade, por sofrer na ausência minha dor,
Saudade catedral do fadário onde se cultua a emoção,
Tenho saudade das flores que murcham precocemente,
Temos saudades daqueles que se vão pobres de amor...
Na fantasia, arte e encantamento da fábrica de ilusão,
Ela povoou minha juventude, e se foi tão tristemente!
_______________________________________________
HOMENAGEM À ROMY SCHENAIDER
À eterna Sissi, a camponesa adolescente, dos campos da Bavária
a tornar-se Imperatriz da Áustria.
Das telas da sétima arte, Romy Scheneider no papel da verdadeira Sissi
em uma trilogia de filmes alimentou sonhos adolescentes em todo o Planeta.
a tornar-se Imperatriz da Áustria.
Das telas da sétima arte, Romy Scheneider no papel da verdadeira Sissi
em uma trilogia de filmes alimentou sonhos adolescentes em todo o Planeta.
Ela tinha tríplice nacionalidade: Autríaca (nasc.) alemã e a que adotou como particularmente sua, a francesa.
Em seus 17 anos, personificou a beleza, a candura a meiguice de forma
Em seus 17 anos, personificou a beleza, a candura a meiguice de forma
excepcionalmente natural como se fosse tudo verdadeiro. Ela deu os ares
próprios da ingênua princesa de contos de fada à personagem inesquecível, como ela própria ficou conhecida nas telas dos cinemas do mundo, como Sissi - A imperatriz .
Sua filha mais nova Sarah tinha 5 quando a mãe se suicidou.
Sua filha mais nova Sarah tinha 5 quando a mãe se suicidou.
*Recomendo a leitura biográfica da vida, infelizmente trágica, dessa
imensa atriz, que não resistindo à horrível depressão após a morte
violenta de seus filho de 14 anos e os desenlaces nos romances
e casamentos suicidou-se aos 43 anos.
Curioso que a verdadeira Sissi como se a realidade pretérita fosse
corolária da fantasia das telas, teve uma vida depressiva e triste
na realidade, e ao revés um futuro desconhecido reservou como
recíproca verdadeira um quase idêntico destino à
Sissi das telas - a bela Romy Scheneider.
corolária da fantasia das telas, teve uma vida depressiva e triste
na realidade, e ao revés um futuro desconhecido reservou como
recíproca verdadeira um quase idêntico destino à
Sissi das telas - a bela Romy Scheneider.
ESTE ANO FRANÇA E ALEMANHA FARÃO EXPOSIÇÃO DE FOTOS,
OBJETOS E BIOGRAFIA DESTA BELA E GRADIOSA ATRIZ:
ROMY SCHENEIDER.
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
Os pássaros cantam em cima do muro
Os pássaros cantam em
cima do muro
Isa Oliveira – Jornal
O Imparcial – edição de 11 de outubro de 2017
“Le ciel est bleu, réveille-toi! C'est un jour nouveau qui commence. Le
ciel est bleu, réveille-toi! Les oiseaux chantent sur les toits. Réveille-toi!”
(La marche des
jeunes - Charles Trenet)
Quando
entrei no Ginásio, em 1976, ainda havia aulas de francês, ministradas pela Dona
Carmem Perez Nunes. Depois da aposentadoria dela, o francês deixou de ser
ensinado, sendo substituído pelo inglês, com o qual eu briguei logo de cara,
pois ele não tinha nem de longe a sonoridade e a elegância do francês. Minha
aversão pelo inglês foi tão grande que até hoje eu não aprendi o idioma, que
sempre considerei um mal necessário, porém, evitável e o evitei. O idioma
francês me remetia a um mundo utópico, de céu sempre azul, com pássaros
cantando em cima dos telhados. Para mim, o francês era uma chave que abria um
mundo mágico e, na minha inocência de menina, eu nem imaginava a França como um
país, mas, como um paraíso, um lugar lindo onde havia céu azul, pássaros e paz.
Até
hoje guardo na lembrança palavras, frases, expressões e músicas que a Dona
Carmem nos ensinou. Nem sempre sei o significado, mas, a musicalidade das
palavras, não me saiu da memória. A citação com que comecei o artigo é de uma
das canções que a dona Carmem tentou ensinar para nós, La marche des jeunes e, ultimamente, eu tenho me pegado com
bastante frequência cantando o trechinho dela que me lembro e cuja tradução é: “O
céu é azul, acorde! É um novo dia que começa. O céu é azul, acorde! Os pássaros
cantam nos telhados, acorde!” .
Todas as manhãs, enquanto
preparo a comida para os meus cachorros,
coloco bocados de arroz cozido sobre o muro e vêm pássaros de todos os
lados fazerem seu desjejum. E, enquanto recolhem a comida com seus biquinhos
ávidos, eles cantam em cima do muro, enchendo de alegria o meu quintal e a
minha vida. Algo tão simples e tão imenso.
Como meu marido trabalha até
às 23h00, ele acorda um pouco mais tarde e às vezes liga a TV para assistir aos
noticiários matinais. Normalmente o foco é Brasília e vemos os dejetos
escorrendo desse corpo podre que é a nossa política. Não posso dizer que nunca
houve tanta corrupção, mas posso afirmar que nunca se investigou tanto e nunca
se revelou tanto das falcatruas e roubalheiras de nossos poderes mal
constituídos, mas, o que mais causa indignação é ver as manobras que são feitas
para se evitar a punição dos culpados ou liberar aqueles que a justiça
conseguiu prender, mudando até as regras da justiça! Coisas que antes eram
feitas na surdina, por baixo dos panos, pra ninguém saber, como diz uma música
de Ney Matogrosso, agora são feitas de forma escancarada, não mais na calada da
noite da desonra, mas, à luz do dia, na cara de todo mundo. E enquanto somos
assolados por essa revoltante miséria moral, somos distraídos com exposições
bizarras e discussões mais bizarras ainda em torno delas e, como cereja do
bolo, atos terroristas, atiradores e vigilantes incendiando o corpo e matando
centenas de jovens e um punhado de criancinhas com sua sandice, sua loucura.
Ah, claro, esse pudim também tem calda, uma calda feita do sangue da violência
do crime organizado ou dos crimes passionais, que vão de homens matando
mulheres, namoradas e às vezes até os filhos a cretinos despejando esperma em
passageiras de ônibus. Tudo servido na requintada bandeja da impunidade.
Se você vê o jornal de
qualquer emissora, vê isso, misturado a alguma catástrofe natural que parece
estar acontecendo dia sim e outro também; se assiste novelas, tem mais do
mesmo, se procura um programa cultural, tem mais do mesmo e acaba se sentindo
um refém, quando não um idiota que já nem sabe mais se posicionar e tem medo de
dizer que algo é errado e ser assolado por todos os lados com emblemáticas
afirmações de que é certo, ou dizer que é certo e ser enxovalhado com gritos de
que é errado. Parece que vivemos num descontrole total, num caos sem precedentes
e o resultado disso é a eleição de Trumps e Bolsonaros e a torcida para que os
Estados Unidos lancem logo suas potentes bombas sobre a Coréia do Norte e os
militares assumam o poder do nosso país para tentar conter o que não pode ser
contido. O que sobressai de tudo isso, mais do que chegarem ao poder
oportunistas travestidos de ditadores do bem é a perda da fé e da esperança.
Perdemos a fé no ser humano,
perdemos a fé em nós mesmos e perdemos a fé em Deus, justamente quando
deveríamos acreditar muito mais na capacidade do ser humano de optar pelo bem e
de praticá-lo, acreditar na nossa capacidade de escolher, de decidir pelo que é
correto, pelo que é moral, pelo que é justo e, sobretudo, acreditar que Deus
está no comando e que, na história da humanidade, não houve caos que não se
revertesse, não houve desordem que não se transformasse e não houve mal que
prevalecesse, simplesmente porque tudo passa e porque não apenas o nosso mundo,
mas o Universo está regido por leis justas e por uma harmonia que vai muito
além de nossos achismos, partidos ou indignações, uma harmonia que está no
canto dos pássaros que vêm se alimentar sobre o meu muro, uma sinfonia de
pardais que me mostra, todas as manhãs, que vale a pena sorrir, que vale a pena
acreditar, que vale a pena amar, porque embora isso tudo se assemelhe ao fim do
mundo, esse mundo não terá fim, mas sim passará por transformações que o farão
melhor.
Até mesmo para os crentes
existe a alternativa de parar na cruz e fazer a
apologia do eterno sofrer ou avançar três dias e chegar no túmulo vazio,
na ressurreição e na ascensão daquele que, com apenas três anos de atuação, mudou
o cenário do mundo e dividiu a história no meio. Creio que nunca se falou tanto
em apocalipse e cumprimento de profecias e muitos fanáticos até se prepararam
para um arrebatamento que não houve e a colisão com a Terra de um planeta
imaginário, no dia 23 de setembro, que também não ocorreu. Muitos afirmam que é
o fim, mas, o próprio livro do Apocalipse, embora pareça trágico, é um livro
que fala de justiça e de esperança e o seu último capítulo, que encerra a
Bíblia, é um texto positivo e uma promessa de vitória e de fim, não dos tempos
ou do mundo, mas, fim do mal, das injustiças, das calamidades, da violência e
da desolação à qual o coração humano se entregou, pela qual se deixou levar.
Por pior que estejam as coisas, por mais sangue e lama que escorram sobre todos
nós, crentes ou ateus, não podemos nos esquecer que há um controle no Universo.
Há um salmo que diz que Deus conhece os pássaros que voam pelos céus e os seres
vivos que se movem pelos campos. Que não percamos a simplicidade de nos
deliciar com “le ciel est bleau” e
com os pássaros, conhecidos por Deus, que
cantam em cima dos telhados e dos muros e que sejamos simples,
confiantes e alegres como esses pardais.
sexta-feira, 29 de setembro de 2017
SINTO...
_____________________________________________________________________
*Os créditos das imagens ilustrativas dessa peça literária, são devidos às incríveis
esculturas realistas, com inspiração renascentista, da artista plástica e escultora
chinesa, Luo Li Rong.
____________________________________________________________________
POEMA
________
Sou um poeta guardião de um portal, em vigília,
Não é uma miragem, nem quimeras que predito,
Eis o que sinto: num céu azul o flanar duma ave,
Aponta que tu existes de alguma forma, acredito,
De modo que subsiste em algum ponto tão suave
No âmago de minha alma o sonho vale o Infinito.
De modo que subsiste em algum ponto tão suave
No âmago de minha alma o sonho vale o Infinito.
Se existires e existes, um dia há de vir e tu virás,
Ainda que translúcida, tão etérea para ser vista
Pela magnitude da espera tua presença marcarás.
Porque há anos a venho aguardando e tu não vens...
Todo dia depositado tenho meu amor acumulado,
Todo ele a te entregar aqui e muito mais no além.
Ainda que translúcida, tão etérea para ser vista
Pela magnitude da espera tua presença marcarás.
Porque há anos a venho aguardando e tu não vens...
Todo dia depositado tenho meu amor acumulado,
Todo ele a te entregar aqui e muito mais no além.
Tenho ordens do coração para dar-te todo o meu amor,
Nada para mim, tudo para ti e que o retorno seja assim:
Não das lágrimas derramadas, mas todo euforia e calor.
Não está mais em meu controle, o querer-te e te desejar;
Tua mão segura pela minha, sentir-lhe o pulsar em mim.
Teu corpo de inegável segredo tenho desejo de abraçar.
Não está mais em meu controle, o querer-te e te desejar;
Tua mão segura pela minha, sentir-lhe o pulsar em mim.
Teu corpo de inegável segredo tenho desejo de abraçar.
Se um dia vieres, será como direto fosse o Sol olhar...?
Não sejas apenas a brisa das primaveras perfumadas!
Que tu sejas eterna, não como eu, mero ser temporal,
Não sejas apenas a brisa das primaveras perfumadas!
Que tu sejas eterna, não como eu, mero ser temporal,
Possas eternizar todos os momentos e horas adoradas,
Envelheço rumo ao Zenith desconhecido e paradoxal...
Acontecimento humano só meu, eternamente a passar.
Acontecimento humano só meu, eternamente a passar.
Cavalgando nuvens, tangendo estrelas, sobrevoas o mar.
Fales comigo, quero ouvir tua voz a meu espírito aplacar...
Fales comigo, quero ouvir tua voz a meu espírito aplacar...
Antes que me vá, ouvir-te cantar a velha canção medieval,
Reverter o tempo, deter os anos, a realidade paralela criar
Um certo tipo de mágica viagem, um paradoxo temporal
A iludir fantasticamente desenganos, e a sangria estancar .
Não importa que me desfaleça a razão, continuo sonhando,
Revigorando a alma, porque estou no âmago renascendo.
Visão de outras forças, outros quadrantes e outros céus,
Visão de outras forças, outros quadrantes e outros céus,
A fluir esse ir e seguir no aparente trasladar continuando
A restaurar perdida essência de um vir no Tempo revendo
Os voláteis cabelos, raios de fogo e sol nos ventos e véus.
Os voláteis cabelos, raios de fogo e sol nos ventos e véus.
Não quero sonho adulto, que todo almejar é feito de pranto
O tempo tudo desfaz, nunca refaz; disso o revés se compraz.
Quero sonho de criança: a utopia é todo o amor, no entanto
Quero sonho de criança: a utopia é todo o amor, no entanto
Com algo se faz um trem de latas de sardinha, feliz e capaz,
Realidade, certeza, fantasia, tudo verdade ou de conta se faz:
Realidade, certeza, fantasia, tudo verdade ou de conta se faz:
Na curvatura dos milênios sem fim, a existência do encanto.
Diluir-nos-emos em átomos de luz e seguiremos na velocidade
Do esplendor que foi: pensamentos eflúvios ou remanescentes
Ao infinito. Sem a limitação do plano, para a profunda Verdade
Ao infinito. Sem a limitação do plano, para a profunda Verdade
Tempo-espaço, que balizara o que foi outrora - corpo ou mente
Neste vórtice da existência pura dos Sentidos para a Eternidade,
Desejo partir no trem de latas dos sonhos descritos entrementes!
GRATO
HOMENAGEM DA COORDENAÇÃO DO PEAPAZ [ SÍLVIA MOTA - FUNDADORA E MARIA IRACI , ADMINISTRADORA] Á PROSA-POÉTICA-RIMADA, "SINTO..." EM
EPÍGRAFE. MEU ABRAÇO SINCERO DE CONFRATERNIZAÇÃO LITERÁRIA.
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