sexta-feira, 29 de setembro de 2017

SINTO...

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*Os créditos das imagens ilustrativas dessa peça literária, são devidos às incríveis
esculturas realistas, com inspiração renascentista, da artista plástica e escultora 
chinesa,  Luo Li Rong.
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POEMA
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SINTO...

Sou um poeta guardião de um portal, em vigília,
Não é uma miragem, nem quimeras que predito,
Eis o que sinto: num céu azul o flanar duma ave,
Aponta que tu existes de alguma forma, acredito,
De modo que subsiste em algum ponto tão suave
No âmago de minha alma o sonho vale o Infinito.

Se existires e existes, um dia há de vir e tu virás,
Ainda que  translúcida, tão etérea para ser vista
Pela magnitude da espera tua presença marcarás.
Porque há anos a venho aguardando e tu não vens...
Todo dia depositado tenho meu amor acumulado,
Todo ele a te entregar aqui e muito mais no além.































Tenho ordens do coração para dar-te todo o meu amor,
Nada para mim, tudo para ti e que o retorno seja assim:
Não das lágrimas derramadas, mas todo euforia e calor.
Não está mais em meu controle, o querer-te e te desejar;
Tua mão segura pela minha, sentir-lhe o pulsar em mim.
Teu corpo de inegável segredo tenho desejo de abraçar.

Se um dia vieres, será como direto fosse o Sol olhar...?
Não sejas apenas a brisa das primaveras perfumadas!
Que tu sejas eterna, não como eu,  mero ser temporal,
Possas eternizar todos os momentos e horas adoradas, 
Envelheço rumo ao Zenith desconhecido e paradoxal...
Acontecimento humano só meu, eternamente a passar.

Cavalgando nuvens, tangendo estrelas, sobrevoas o mar.
Fales comigo, quero ouvir tua voz a meu espírito aplacar...
Antes que me vá, ouvir-te cantar a velha canção medieval,
Reverter o tempo, deter os anos, a realidade paralela criar
Um certo tipo de mágica viagem, um paradoxo temporal
A iludir fantasticamente desenganos, e a sangria estancar .

Não importa que me desfaleça a razão, continuo sonhando,
Revigorando a alma, porque estou no âmago renascendo.
Visão de outras forças, outros quadrantes e outros céus,
A fluir esse ir e seguir no aparente  trasladar continuando
A restaurar perdida essência de um vir no Tempo revendo
Os voláteis cabelos, raios de fogo e sol nos ventos e véus.

Não quero sonho adulto, que todo almejar é feito de pranto 
O tempo tudo desfaz, nunca refaz; disso o revés se compraz.
Quero sonho de criança: a utopia é todo o amor, no entanto
Com algo se faz um trem de latas de sardinha,  feliz e capaz,
Realidade, certeza, fantasia, tudo verdade ou de conta se faz:
Na curvatura dos milênios sem fim, a existência do encanto.

Diluir-nos-emos em átomos de luz e seguiremos na velocidade
Do esplendor que foi: pensamentos eflúvios ou remanescentes
Ao infinito. Sem a limitação do plano, para a profunda Verdade
Tempo-espaço, que balizara o que foi outrora - corpo ou mente
Neste vórtice da existência pura dos Sentidos para a Eternidade,
Desejo partir no trem de latas dos sonhos descritos entrementes!






















GRATO

HOMENAGEM DA COORDENAÇÃO DO PEAPAZ [ SÍLVIA MOTA - FUNDADORA E MARIA IRACI , ADMINISTRADORA] Á PROSA-POÉTICA-RIMADA, "SINTO..." EM EPÍGRAFE.  MEU ABRAÇO SINCERO DE CONFRATERNIZAÇÃO LITERÁRIA.



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