segunda-feira, 18 de setembro de 2017

CORTA PRA MIM!

"CORTA PRA MIM!"

Não sou muito dado a homenagear, fazer homenagens e oferecer algum tributo a alguém ou a alguns, principalmente quando não conheci essa pessoa, nem ela me conheceu. Prefiro guardar o meu sentimento, a minha gratidão e deixar que o coração fale por mim. Ontem, dia 17-09-2017, tive um dia triste, fechado, parado, denso e tenso. Não saí, pouco escrevi e me perdi em lembranças e recordações deixando pairar as emoções que se impunham sobre mim. À noite, quando a mente desacelera um pouco, pude pensar melhor e sentir com mais clareza a "perda monstro" que o nosso País teve com o anúncio da morte do jornalista, repórter-investigativo e apresentador Marcelo Rezende, que comandou por muitos anos um programa que, apesar do seu teor investigativo-policial, era líder de audiência na emissora. Com seus bordões, seu jeito engraçado e sério, sua inteligência, capacidade e genialidade, Marcelo abraçava o País denunciando mazelas, tocando nas feridas abertas com seu jeito especial, sua experiência de tantos anos em programas do mesmo teor e audiência em outra emissora de televisão. Tornei-me um fã de Marcelo Rezende, comprei o seu livro "Corta pra mim" logo após o seu lançamento, o li com avidez e acompanhei assim a trajetória do maior repórter policial que o Brasil já teve. Falar de certas pessoas, ou escrever sobre algumas pessoas não é tarefa fácil, pois muitas vezes somos traídos pela emoção que teima em chegar e tomar a nossa consciência, o nosso raciocínio. Isto não é exatamente uma homenagem, mas uma lembrança que eu quero registrar, documentar e compartilhar. A vida é assim, sempre foi assim como num jardim onde flores murcham, se secam para dar lugar a outras que, igualmente, vão continuar embelezando e perfumando o ar e o espaço entre os canteiros e os caminhos. Saudade...
18-09-2017.

Um comentário:

  1. Muito oportuno este artigo Cícero. Sempre com a clareza de tua redação. Pena que apesar de afirmar que outros surgirão, talvez leve dezenas de anos em gestação para virem à luz e quando, se virem, os meios vigentes não os permitam cultivar a mesma personalidade e independência dos raros que se foram. Um abraço fraterno.

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