terça-feira, 26 de agosto de 2014

PACIÊNCIA


Paciência, a ciência da Paz. 
Só mesmo a tem quem é capaz de desejá-la. Quem quiser estudá-la, e por isto ingresse, depois de um sério vestibular na Faculdade da Vida.
Tal diploma dá direito ao formando, de exercer algo inverso da Medicina.
Recebe,enfim, autorização para atuar como paciente ao invés de doutor.
Paciência. Isto só se adquire após ter escaneado na mente todas as nossas neuroses, podendo assim enxergar no outro o que de doentio já existe em nós.
De minha parte percebo: eu sou eu, e, ninguém tem obrigação de se tornar 
igual a mim.
O remédio é assimilar a Paz, mesmo em períodos de tensão junto àqueles com quem viermos nos relacionar, aproveitando, na totalidade, a sabedoria que cada lição de moral nos traz.

Eliana Silva (Membro da Academia Guaçuana de Letras) 

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Viver em plenitude é o sonho de todos nós.


Isso não exclui ter problemas ou obstáculos no caminho. Viver bem significa fazer escolhas conscientes, e ter conhecimento que tudo nessa vida tem dois lados, sempre há uma perda nas escolhas  que fazemos. O segredo é administrar tudo isso.
Nossa conduta é o que nos faz viver bem ou não. Assim, baseada em pesquisas, descrevo abaixo o que pode nos ajudar no BEM VIVER.
Serotonina é um  neurotransmissor cerebral, responsável pelo nosso bem estar. Ela age sobre hormônios benéficos em nosso organismo como o bom humor, apetite, sono etc. Nossas condutas é que regulam seu funcionamento. Podemos  chamá-las de Condutas “S”; são elas: Serenidade, Sabedoria, Silêncio, Sabor, Sexo, Sono e Sorriso.
Cultivando essas condutas, estamos indo de encontro a atitudes “A”: Ânimo, Amor, Apreço, Amizade e Aproximação. Elementos esses que nos levam a viver melhor e nos ajudam a encarar o dia a dia com otimismo e alegria..
Por outro lado, algumas atitudes corroem nossas células, causando envelhecimento e cansaço de viver. São as atitudes “R”, a saber: Raiva, Rancor, Repressão, Ressentimento, Resistência e Reprovação. Quando se alimenta condutas “R”, nosso cérebro produz  Cortisol, um hormônio que acaba com nossa vida e com nossa alegria de viver, pois gera atitudes “D”: Depressão, Desânimo, Desespero e Desolação.
Portanto, a felicidade está dentro de cada um de nós, aquilo que alimentarmos é o que vai determinar o viver bem ou não. Não adianta colocar a culpa de nossa infelicidade em outras pessoas. Quem sente somos nós mesmos e só nós podemos intervir na continuidade ou não do que nos incomoda. Muitos carregam o fardo da frustração por toda uma vida e se tornam irascíveis impacientes, intolerantes, contaminando negativamente o espaço que ocupam. Superação é a palavra forte dentro desse contexto. Não é fácil, mas é possível e a escolha tem que ser nossa.
Enquanto pais e educadores, precisamos passar a experiência do bom e do ruim às nossas crianças. Elas precisam conviver com o Sim e com o Não para formar um caráter resiliente e ao longo de sua vida não se deixar acabar quando as coisas não são do jeito que querem. Essa resiliência está fazendo falta em nossa sociedade. Nunca tivemos tantos casos de pessoas que não sabem “perder”. Matam, violam direitos, enganam, subornam para conseguir ter uma pseudo-vitória.
Precisamos exercitar   nossas atitudes “S” para vivermos bem e até mesmo plantarmos a Paz em nossa sociedade. Não é tão difícil assim. Vale a pena.

Rosely Rodrigues (Membro da Academia Guaçuana de Letras)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

PALAVRAS MATRIOSHKA

MATRIOSHKA, PALAVRAS

MAURO MARTINS SANTOS
PALAVRAS “MATRIOSHKA” -  [pensamentos]

O poder sempre temeu e censurou aqueles que sabem colocar suas ideias em letras. Tornam-se esses que sabem escrever, uma arma disseminadora de verdades diretas. Têm o poder de convencimento argumentativo e de formação de opinião, sem sequer que lhes toque.

Eu era euforicamente feliz. Hoje, sou serenamente feliz. Mudei cores, tons, raspei as velhas tintas de tudo aquilo que me iludia ser Felicidade.

Para mudar seu jeito de pensar o mundo, você precisa ser incisivo.

É como mudar a cor de uma grande e velha porta de madeira- de uma casa antiga - pintada por várias demãos de tinta ao longo de muitos anos. Você vai ter que raspar bastante. Aparecerão múltiplas cores remontadas até você atingir a madeira crua. A surpresa é que a porta foi feita da mais rara e cara madeira de lei. Aqui está a metáfora do segredo da Felicidade.


 
Somos também feitos de palavras. Que nos denunciam, nos marcam, que nos definem uma ética, um modo de ser, uma origem. E, muitas vezes, são o rosto mais profundo de uma atitude interior.

Todos vamos primeiro aprendendo, depois colecionando muitas palavras. Assim foi comigo antes de conquistar e me apropriar das minhas, que me são próprias. Creio que isto ocorre sem perceber e me faz diferente no falar ou escrever. Outros que o sabem. E eu o sei deles.



Leve sempre contigo palavras, suas palavras de amor e também as fortes de coragem, como as pedras usadas na funda do rei Davi ao enfrentar o gigante Golias nas páginas da Bíblia Sagrada.

Leve junto a ti, palavras que tenham asas! Palavras suaves que se derretam como neve ao sol, para usá-las às crianças e aos frágeis.

Palavras que tenham pó das estrelas, porque vieram de Deus e são sagradas como fonte que cura. Puras como a luz Divina e bela como as manhãs ao alvorecer.

Leve contigo palavras “Matrioshka”, iguais às bonecas russas que vão saindo uma de dentro da outra: são as palavras que se multiplicam com vida e significado profundo, que saem de dentro delas mesmas.

Palavras altivas, que se estendam, que se fluidifiquem, mas também se solidifiquem. Palavras que formem fluxo como os rios e que cresçam junto às demais palavras sadias e fortes e formem oceanos.

Leve sempre em suas palavras a vontade sincera de querer a paz.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

AGOSTO



AGOSTO

Cai a fuligem
Em forma de cinza
Sujando a roupa no varal.
A lavadeira xinga e reclama,
Achando que tudo vai mal.

Depois vem a poeira
Trazida pelo vento,
Espalha tudo e suja ainda mais.
Não adianta xingar
A cinza, o vento, o tempo...
Não adianta xingar.

O rádio ligado
Traz de longe notícias ruins.
Também traz músicas,
Horóscopos e afins.
Não adianta o rádio desligar,
Pois é agosto e nada vai mudar.

A lavadeira sonha,
Apesar da cinza e do sol.
O rádio ligado é apenas
Um som distante a vagar.
O mundo ao redor é todo cinza -
Estamos em agosto,
Não adianta reclamar.

Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras) 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Diferença entre Homem e Mulher



Pensando no que abordar esta semana, lembrei-me de uma palestra que costumava fazer com uma amiga em grupo de jovens lá nos anos  90...e achei interessante trazer à baila, com a finalidade de abrir espaço para debates.

Além das características físicas que diferem um  homem de uma mulher; da força hormonal que rege o metabolismo de cada um, temos algumas coisas a ressaltar. Ambos possuem  um componente com o mesmo nome: TERNURA. Para a  mulher ela vem em primeiro lugar, mesmo porque ela é atrelada à feminilidade. Uma mulher de verdade olha o mundo através da sensibilidade pelo  simples fato de gerar outro ser humano. Essa força encanta e conquista. Suas mãos “cuidam” do bebê, das flores, dos animaizinhos com um olhar carinhoso e amoroso. Ser Terna a faz chorar pelas injustiças e pelo sofrimento do próximo.

O Homem também tem TERNURA, só que a coloca em último lugar de sua vida. Tem dificuldade de expressar seus sentimentos; prefere ser prático. Acarinhar e ser amoroso, não são práticas corriqueiras para eles. Preferem passar a imagem de durões  a mostrar seu lado sensível, muitas vezes. Para a maioria dos homens, ternura é sinal de fraqueza e o Eu deles foi ensinado a ser sempre forte.

Outro componente que existe tanto em homem como em mulher é a CORAGEM – só que com focos diferentes. O Homem é corajoso para enfrentar um ladrão, um  bandido ou qualquer outra situações de risco físico. Ele fica sozinho sem medo, enfrenta intempéries com  força e determinação. Manipula armas sem receio.

A mulher já é corajosa em outras conotações. Pelos filhos enfrenta qualquer coisa: noites sem dormir e doenças. Caminha quilômetros se preciso for para ajudar um ente querido. Sua coragem extrapola o visível. Ela engole sapo, sofre muitas vezes calada para preservar a harmonia e a família. Ainda, se preciso for, ela assume a criação dos filhos sozinha, trabalha dia e noite  para cuidar deles mesmo sem ajuda.  A Mulher, em geral não vê obstáculos para atingir seus objetivos. Como um Dom Quixote, enfrenta as pás do moinho em defesa do que acredita.

Por último, falaremos da FORÇA. Ambos possuem e talvez a intensidade seja a mesma, mas diferem quanto a seu uso.  Homens são fortes fisicamente, carregam pesos e têm profissões que exigem essa força física.

A força de Mulher está dentro dela. Na solução de problemas e conflitos, elas buscam dentro de si a força necessária para encarar os desafios do dia a dia. Mulheres não fogem da luta...têm capacidade para enfrentar doenças com mais facilidade que os homens. Encaram a dor física e espiritual com mais paciência. Se os filhos apresentam deficiência, as mães são uma fortaleza no cuidado e na busca de tratamento mesmo a doença sendo irreversível.

Isso colocado, não significa que temos exceção a essas regras. É claro que encontramos mulheres com perfil de homem e vice-versa, mesmo  sem pensar na questão sexualidade.

Os elementos que aqui citamos, são comuns aos dois, embora a aplicação seja diferente. Temos, ainda, algo relevante que vamos ressaltar a respeito do Homem e da Mulher questão de enfrentamento do cotidiano. Uma Mulher consegue prestar atenção em várias coisas ao mesmo tempo, ao contrário do Homem que foca uma coisa de cada vez. Não adianta cobrar isso deles. Conhecer as diferenças, ajuda na harmonia e nas relações humanas.

Rosely Rodrigues (Membro da Academia Guaçuana de Letras)

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A MINHOCA NONOCA - A minhoquinha que queria virar borboleta

PAUL, PARA QUE POSSAS APROVEITAR NA 
COLETÂNEA SE ALGUM VALOR ACHARES.

A MINHOCA NONOCA - A minhoquinha que queria virar borboleta

Mauro Martins Santos - AGL

Há muito tempo, em uma terra distante, quando as coisas e os animais falavam, tinham muitas árvores encantadas, castelos e animais também.
As árvores na sua maioria eram muito velhas, grandes e faziam muita sombra. Tinham as árvores crianças e jovens também, nascidas das sementes que caiam na terra. Na sombra, muitas folhas se amontoavam e apodreciam. Havia grande umidade que era o paraíso e o reino das minhocas.
Bem junto a uma árvore enorme e bastante idosa, morava uma minhoca muito fofinha. Era uma princesinha do Reino de Húmus, do Povo das Minhocas, que se chamava Nonoca.
Era, porém muito infeliz a coitadinha, porque as minhocas donzelas do reino viviam rindo e dizendo que Nonoca não era comprida como uma princesa minhoca deveria ser. Por isso ela vivia chorando por não se achar comprida nem fina o suficiente para ser considerada uma minhoca bonita. Ela era curtinha, rosada e fofa.
Sua mamãe, a rainha de Húmus lhe perguntava: - Por que você chora Nonoca, minha princesinha?
- Porque sou curtinha e gordinha, ao invés de ser como as outras, lindas, finas e compriiiiiidas...! E assim mamãe, sem um atrativo especial o príncipe Minhoco não vai querer se casar comigo!
Sua mãe a consolava dizendo: - Você é muito jovem ainda e vai crescer bastante, e tem talentos que as outras não têm. As pessoas são mais admiradas pela bondade do coração do que pela beleza exterior. Você vai subir bem alto na vida, e um dia será a rainha de Húmus, você verá. “Quem tem esperança, sempre alcança”!

Certo dia, ela estava com a cabecinha para fora da terra, pensando muito quieta, quando o professor Corujão ao avistá-la disse: - Sei que anda chorando princesa Nonoca! Por que não sai para passear um pouquinho? Eu fico aqui no galho protegendo você de qualquer pássaro mau. Assim se distrairá conversando com as cinco irmãs borboletas.
- Irmãs borboletas Professor !? - Perguntou admirada a minhoca Nonoca.
- Sim, você não as conhece ainda? São umas gracinhas e muito bondosas, só pensam em ajudar os outros animais. A branquinha se chama Nadinha, porque além de ser branca é pequenina, quase que a gente não a vê; a vermelha se chama Brasinha, porque parece uma brasa viva de verdade; a azul se chama Celeste, da cor do céu; a amarelinha é chamada Mel, porque parece mesmo uma gota de mel contra o Sol; e, por último a poética Rosinha, por ser tão cor-de-rosa quanto à flor.
- Aonde posso encontrá-las? Pergunta Nonoca.
- Não se preocupe, elas logo aparecem, são tão travessas que parecem estar em todo lugar ao mesmo tempo! – Diz o professor Corujão.
Dito e feito! Foi só Corujão terminar a última sílaba eis que surgem as cinco irmãzinhas tagarelas e esvoaçantes.
- Tipi-ti, Tipi-ti, ti, ti, pititi? – Pergunta Brasinha para Celeste, na linguagem das borboletas, - que só falavam assim entre elas.
- Pi-titi, pi-titi! Titi-tiii! - Disse por último Nadinha apontando para Nonoca.
Na verdade, nem Nonoca, nem as borboletinhas, tinham se visto ainda, e Brasinha, perguntou para Celeste: - Que bichinho engraçado era aquele? E Nadinha disse: Como esse bichinho é bonitinho! Resolveram então conversar com Nonoca na linguagem universal dos bichos e Celeste pergunta:
- Quem é você? O que você é?
- Me chamo Nonoca, uma princesa minhoca.
Então Brasinha, a mais arteira falou: - Vamos convidá-la para brincar?
Celeste, a mais ponderada das irmãs, lembrou à Brasinha: - Como ela irá brincar conosco se ela não pode voar!? É certo que ela tem um corpinho parecido com o nosso, mas lhe faltam as asas!!
- É mesmo! - Disseram as outras borboletinhas em coro.
- E agora? – Disse Mel. E a poética Rosinha concluiu: - Vamos ensiná-la a voar como uma borboleta...!
- Brasinha disse: - Rosinha ficou biruta, vai ver seu cérebro virou flor! – Pi-pi-pi-pi-pi -, todas riram no modo das borboletas.
- Rosinha, que nunca se zangava, diz para suas quatro irmãs: - O que vocês não sabem, é um grande segredo que só eu conheço de Nonoca. O professor Corujão me contou - um dia em que eu voava sozinha -, que o maior sonho da princesinha das minhocas era um dia ela poder voar.
- Imaginem isto meninas! Disse Celeste. E prossegue: - Papai do Céu faz tudo certo mesmo, é pela vontade tão grande dela voar que seu corpinho é igual ao nosso, e não tão comprido e fino igual ao das outras minhocas! Só lhes faltam as asas...

Então, o Reino de Húmus, ficava bem debaixo de Dona Flora, a grande e velha árvore encantada da floresta. Ela já existia a mais de 700 anos, por isso é que cochilava tanto.
Um dia, as borboletinhas tiveram uma ideia. Iam pedir para a velha árvore, dar uma chacoalhada em seus galhos e derrubar umas folhas. Suas folhas eram muito bonitas, rajadas de amarelo, vermelho, verde e cor laranja, pareciam asas de borboleta mesmo! E o melhor da história é que suas folhas eram encantadas também, pois elas pertenciam a Dona Flora, a Árvore Encantada da Floresta!
Suas folhas faziam o que ela pedia. Que ficassem ali no chão para aumentar o Reino de Húmus junto à suas raízes, ou que voassem com os ventos indo bem distante, para ajudar outros reinos animais. Por isso elas voavam como asas de borboleta...
Assim resolvido lá foram elas, e a responsável para falar com Dona Flora era Celeste. Mas, que decepção para as borboletinhas! Dona Flora estava em um sono profundo. Ela chama: - Dona Floraa, ô Dona Floraa, acorde, quero falar com a senhora! E nada! Todas gritam juntas: - Dona Floraaa!! Por favor, acorde, precisamos da senhora! E nada da velha árvore acordar.
Que faremos agora? - Pergunta a sapeca Brasinha.
- Vamos pensar todas juntas para acharmos uma solução - diz Celeste.
Foi a borboletinha Mel, que sugeriu uma solução. Ela diz: - Escutem meninas, eu sou a predileta do Senhor Vento Ventania - que vocês sabem é muito ranzinza, mas ele gosta muito de mim! Que tal se formos até a caverna onde ele mora, e dai eu sendo a predileta, entro e vou falar com ele?
E suas irmãs: - Falar de que assunto Mel !?
- Aí é que está o plano garotas, já que Dona Flora não acorda de jeito nenhum, vou pedir para meu amigo o Senhor Vento Ventania que é forte e valentão, para ele dar um assoprão em Dona Flora para acordá-la ...! Que tal a ideia Celeste?
- Acho muito boa, mas eu temo por você Mel, já pensou se o Senhor Vento acorda assustado e lhe assopra? Você vai parar na Lua! E dai nunca mais vai existir a Melzinha querida... Credo! Nem pensar...
- Mas não vai acontecer nada, ele é bonzinho comigo, ele foi muito com minha carinha amarela, depois todas vocês vão estar juntas comigo, pelo lado de fora. Vamos galera, vamos nessa...!!
Mel as convenceu e lá foram todas para a toca do Vento, que era balofo, grandalhão e ranzinza, mas só quando ficava bravo. Com a Mel então, ele se derretia. Ele dizia que, se fosse um “borboleto” ele queria ser o vovô da borboletinha Mel. Ela contou isso para as irmãs que se acalmaram.
Chegaram à casa do Senhor Vento, uma caverna muito funda e escura, enorme, para ele poder caber lá dentro. Na entrada da caverna todas pousaram em uma pedra, só a Mel continuou voando para dentro da caverna e chamando assim: - Senhor Ventaniaaa! Eu posso entrar?
- QUEM ESTÁ AI !? Pergunta falando grosso e bravo o Vento...
O senhor não ouviu que eu o chamei de Senhor Ventania, quem mais o chama assim pelo sobrenome? Disse Mel.
- Oh, Oh, Oh! - Ri o Vento grandalhão, igual o riso do papai Noel. - Que cabeça de vento a minha, mas claro, só podia ser a minha amiguinha Mel!
Feliz com a visita da amiguinha, o Vento pergunta a ela, o que ela precisava. Mel então lhe conta que precisava acordar dona Flora, e o resto do caso ela contava pelo caminho.
O Vento então diz que só ia ajudar porque era um pedido da borboletinha Mel, e que ela podia contar com ele também para quem fosse amigo dela. Isso a encheu de orgulho, por ter um amigo tão bom e muito forte. Assim quando ela precisasse se defender de alguma coisa ela pediria para seu amigão.
Na saída da caverna estavam pousadas suas irmãs, e o vento as olhou bem e perguntou quem eram elas. Elas ficaram com medo do Vento ficar bravo. Mel disse que eram suas irmãzinhas e o vento muito feliz disse assim: - Então quero ser o vovô de cinco lindas borboletinhas e todos riram: Oh, Oh, Oh, - Pi, Pi, Pi, Pi !! E seguiram adiante.
Chegando ao bosque, Dona Flora continuava dormindo. Mel pede para o senhor Vento assoprar bem forte a Velha Árvore Encantada, e Celeste então lhe explica que precisava acordá-la para ela derrubar umas folhas no chão.
Então o Vento aspira muito ar a ponto de ficar parecendo um balão gigante. De repente ele solta todo o ar, em um grande assoprão em direção de Dona Flora. A Velha Árvore Encantada leva um grande susto, e acorda esfregando os galhos nos olhos dizendo:
- O que é isso? O que está acontecendo? O mundo está acabando??
-Pi,Pi,Pi,Pi – começam a rir as borboletas, e o Senhor Vento também, que cumprimenta a vela amiga: - Como vai Flora querida? Estamos velhos mesmo, só queremos dormir, agora a pouco Mel também me acordou e sabe por quê? Para acordar você... Oh, Oh, Oh, Oh!
- O que vocês querem crianças, diz Dona Flora pra as borboletinhas, sob os olhares do Professor Corujão empoleirado em um tronco.
- Desculpe-nos Dona Flora, termos pedido para o Senhor vento acordá-la, mas é que nós não conseguíamos; a senhora dormia pesado e precisamos que derrube umas folhas encantadas no chão. Só a Senhora pode fazê-lo. O Professor Corujão contará para a senhora a boa ação que vamos fazer com suas folhas.
Ali mesmo todos se agradeceram e o Senhor Vento despede-se de Mel e suas irmãs, dizendo que quando precisassem não precisavam temer era só procurá-lo.
Dona Flora dá um chacoalhão em seus galhos derrubando um monte de folhas de todos os tamanhos. As borboletas e o Professor Corujão, entre muitas, escolhem duas que acharam mais adequadas. E Celeste vai chamar Nonoca em sua casinha no chão. Chama no buraquinho: - Nonocaaa!! –
Logo ela vem para fora. Colocam duas folhas uma ao lado da outra e pedem para Nonoca ficar entre elas. Nonoca emocionada obedece as amigas e entra no meio das duas folhas. Nisso, Celeste pede para Nonoca soltar aquela colinha que as minhocas têm no corpinho e imediatamente as folhas que eram encantadas se colam na minhoquinha, formando um par de asas lindas, rajadas iguais às das borboletas de verdade. Agora era só fazer o teste do voo. Nonoca chorava e ria de emoção. Dizia: - Não acredito que vocês fizeram isso para mim! Vocês não são borboletas, são fadas. Obrigado Dona Flora, bela e bondosa Árvore Encantada! 
Todos: Dona Flora, Professor Corujão e as cinco irmãs borboletas, piscaram para o Vento que fingira ter ido embora, mas estava na mata. Disseram: - AGORA...! JÁ... Voe Nonoca, voe... levante um voo bem alto!! Antes dela dizer: - “Não Consigo”; o Senhor Vento assoprou bem rasteiro, devagar e forte... Nonoca começou a levantar voo. O vento soprou mais forte e Nonoca foi mais alto, mais alto, circulava no azul do espaço. E bradava feliz: - I U P I I I !!

Celeste gritava aqui do solo: Bata as asas Nonocaaa!! Ela bateu. Quase começou a cair... O Senhor Vento soprou, ela subiu. Treinou. Treinou. E conseguiu voar sozinha!

Então o Professor Corujão falou a todos os amigos e ao povo do Reino de Húmus que saíram com a Rainha para verem Nonoca voar:
- O sonho da Princesa Nonoca só se realizou, porque ela nunca desistiu de seu sonho, embora parecesse impossível. Ela venceu todos os obstáculos, é certo com a ajuda dos amigos, porque ninguém na natureza faz nada sozinho, sejam homens ou animais. Acima de tudo é preciso ter uma firme e forte vontade. A persistência, o sonho, e a força de vontade, nunca desistindo até o fim, nos levará à vitória!

-  UM VIVA PARA A PRINCESA NONOCA... Todos: VIVAAA!!

Nonoca se casou com o Príncipe Minhoco.
O Professor Corujão foi o oficial celebrante, as irmãs borboletas convocaram todos os animais alados da floresta para fazerem uma imensa e colorida revoada.
O Senhor Vento soprou sementes aladas, como flocos e plumas sobre o Reino de Húmus.
Dona Flora derrubava em rodopiantes voos milhares de folhas rajadas sobre a cerimônia.
Todos os amigos que lhe ajudaram estavam presentes.
A Grande Orquestra Sinfônica de Pássaros da Floresta, de todos os timbres de canto, entoou o hino nupcial e animou o Baile e a Festa!
E ASSIM... TODOS DESTA HISTÓRIA FORAM FELIZES PARA SEMPRE!       

Pai



Pode parecer coisa antiga
Mas é bom ter perto
Aquele que sempre tem
Boas palavras e a mão amiga

Aquele que nos mostra o bom
E o caminho certo
A quem se procura ouvir
Para no erro não insistir

Quem sempre ao seu lado está
Mesmo que ausente vai
Quando saudade sentimos
Seus ensinamentos recordamos

Mesmo quando triste estamos
É sempre presente PAI

Luiz Henrique Barzon (membro da Academia Guaçuana de Letras)


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Soneto ao Dia dos Pais



Soneto ao meu pai

Seu jeito certo me ensina a viver...
Grande herói que ao meu lado vai,
É conselheiro, faz acontecer,
O amor vencer, assim é meu pai.

Este é o caminho, pegue a direção,
A estrada é comprida e por toda vida
Sonhe bem alto com os pés no chão;
Sorria meu filho e busque a saída.

Conselhos de um sábio... São ricas lembranças
Seus cabelos brancos brilhando ao sol,
Brincamos felizes, fomos crianças...

Quem é seu pai? Alguém me perguntou
Respondi depressa: Ele é o meu rei!
É tudo que sei e me fez o que sou.

Fátima Fílon (Membro da Academia Guaçuana de Letras) 

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

CRÔNICA DE AGOSTO


Dizem que Agosto é o mês do cachorro louco, do lobisomem, da mula-sem-cabeça, da cuca e do saci. Mas é tudo folclore e pura superstição! Agosto, na verdade é um mês como outro qualquer – tem 31 dias e se constitui numa boa perspectiva para aqueles que acreditam em Deus, na vida e nas pessoas, independente de superstições e crendices populares. Agosto pode ser um mês de muita alegria e realizações – e devemos sempre acreditar que isto é possível.

Estamos em agosto e durante este mês geralmente não chove e muita gente “aproveita” para fazer queimadas que às vezes provocam sérios problemas e grandes prejuízos. A cinza inferniza a vida das lavadeiras e das donas de casa. “Cai a fuligem em forma de cinza, sujando a roupa no varal/ A lavadeira xinga e reclama, o dia passa indiferente”. (Fragmento do poema Agosto do autor). Tudo isto é um fato, mas nem por isto devemos ter preconceito contra este mês que, repito, pode ser um mês de muitas alegrias e grandes realizações.

Dizem que agosto é um mês fatídico, mórbido e misterioso. Ocorreram muitos acidentes, e muitas pessoas famosas morreram em agosto, incluindo os ex-presidentes Juscelino Kubtscheck e Getulio Vargas. Isto é um fato, mas pode ter sido apenas uma triste coincidência. Muita gente evita viajar ou fazer negócios durante este mês. Em agosto, raramente há casamentos, pois muitos acreditam que este mês já vem fadado ao azar e não custa evitar. Enfim, é a força da tradição, da cultura popular, do folclore que ainda prevalece – e muita gente segue estas coisas como se fosse algo real, verdadeiro e cientificamente comprovado. 

Essa cultura está arraigada na vida das pessoas – e por mais que alguém escrevesse e provasse o contrário não ia adiantar. Muita gente já começa a se prevenir antes mesmo de começar este mês. Prepara a casa e se prepara contra a iminente desgraça, o mau olhado e toda sorte de perigos que vêm no bojo de agosto – este mês “perigoso”, assustador e extremamente temido por muitos. Para mim, Agosto é apenas um mês como outro qualquer: tem 31 dias que podem ser uma rica oportunidade para trabalhar, produzir, amar, sorrir e, quem sabe, conseguir importantes realizações na vida pessoal, social e espiritual. É nisto que devemos acreditar.

Dizem que Agosto é o mês do azar (palavra esta que não se deve sequer pronunciar). Puro folclore e superstição! Se o ser humano soubesse o poder e a força que tem, não teria medo dessas invenções que correm de boca em boca e que ninguém nunca viu, ouviu e nem sentiu. Certa vez eu li uma frase que achei interessante: “Acima de nós, só Deus”. Agosto chegou. Que ele traga muitos sorrisos, muita paz e compreensão entre as pessoas. É disto que precisamos – e como precisamos!


Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras)
Mogi Guaçu, 01 de agosto de 2008.