sexta-feira, 1 de agosto de 2014

CRÔNICA DE AGOSTO


Dizem que Agosto é o mês do cachorro louco, do lobisomem, da mula-sem-cabeça, da cuca e do saci. Mas é tudo folclore e pura superstição! Agosto, na verdade é um mês como outro qualquer – tem 31 dias e se constitui numa boa perspectiva para aqueles que acreditam em Deus, na vida e nas pessoas, independente de superstições e crendices populares. Agosto pode ser um mês de muita alegria e realizações – e devemos sempre acreditar que isto é possível.

Estamos em agosto e durante este mês geralmente não chove e muita gente “aproveita” para fazer queimadas que às vezes provocam sérios problemas e grandes prejuízos. A cinza inferniza a vida das lavadeiras e das donas de casa. “Cai a fuligem em forma de cinza, sujando a roupa no varal/ A lavadeira xinga e reclama, o dia passa indiferente”. (Fragmento do poema Agosto do autor). Tudo isto é um fato, mas nem por isto devemos ter preconceito contra este mês que, repito, pode ser um mês de muitas alegrias e grandes realizações.

Dizem que agosto é um mês fatídico, mórbido e misterioso. Ocorreram muitos acidentes, e muitas pessoas famosas morreram em agosto, incluindo os ex-presidentes Juscelino Kubtscheck e Getulio Vargas. Isto é um fato, mas pode ter sido apenas uma triste coincidência. Muita gente evita viajar ou fazer negócios durante este mês. Em agosto, raramente há casamentos, pois muitos acreditam que este mês já vem fadado ao azar e não custa evitar. Enfim, é a força da tradição, da cultura popular, do folclore que ainda prevalece – e muita gente segue estas coisas como se fosse algo real, verdadeiro e cientificamente comprovado. 

Essa cultura está arraigada na vida das pessoas – e por mais que alguém escrevesse e provasse o contrário não ia adiantar. Muita gente já começa a se prevenir antes mesmo de começar este mês. Prepara a casa e se prepara contra a iminente desgraça, o mau olhado e toda sorte de perigos que vêm no bojo de agosto – este mês “perigoso”, assustador e extremamente temido por muitos. Para mim, Agosto é apenas um mês como outro qualquer: tem 31 dias que podem ser uma rica oportunidade para trabalhar, produzir, amar, sorrir e, quem sabe, conseguir importantes realizações na vida pessoal, social e espiritual. É nisto que devemos acreditar.

Dizem que Agosto é o mês do azar (palavra esta que não se deve sequer pronunciar). Puro folclore e superstição! Se o ser humano soubesse o poder e a força que tem, não teria medo dessas invenções que correm de boca em boca e que ninguém nunca viu, ouviu e nem sentiu. Certa vez eu li uma frase que achei interessante: “Acima de nós, só Deus”. Agosto chegou. Que ele traga muitos sorrisos, muita paz e compreensão entre as pessoas. É disto que precisamos – e como precisamos!


Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras)
Mogi Guaçu, 01 de agosto de 2008.

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