sexta-feira, 19 de setembro de 2014

RELACIONAMENTOS



É angustiante pensar em como as coisas são simples, como viver em plenitude com referências verdadeiras e valores morais reais podem levar as pessoas a viver em paz, o que não acontece por  conta da má administração das emoções.
Quando se cuida do interior, com a mesma animação que se cuida do exterior, as coisas se tornam muito mais fáceis e claras.
Num relacionamento de qualquer espécie, as pessoas acham mais fácil estender o dedo e apontar os erros do outro, do que reconhecer os próprios erros e tentar consertá-los.
Ao invés de promover o outro, preferem  os diminuir para se sentirem superiores, o que gera discussões que não levam a lugar nenhum.
O ideal  seria  elevar o outro com estímulo e elogios, se colocar em seu  lugar  para entender as limitações e não fazer cobranças. A produtividade aumenta e o vínculo se fortalece.
Essa premissa se aplica na escola também. Professores devem estar atentos  a conhecer cada aluno e tirar dele o que  tem de melhor. Rotular jamais.
Quando se é valorizado pelo que sabe, o esforço para dar retorno esperado é bem maior, pois todos nós precisamos de estímulo positivo para sentirmos segurança em relação ao mundo.
Quando uma criança é estigmatizada, encarada com preconceito, ela constrói sua leitura de mundo de forma negativa e se torna cada vez pior, pois todos precisamos de reconhecimento e da autoestima.
Toda pessoa que pretende lidar com pessoas e encarar os problemas comuns de nossos tempos como depressão, fobias, dependência química, timidez, anorexia, etc., deve abrir mão de interpretações rápidas, atalhos emocionais como: crítica, bronca, sermões e apontamento de falhas. Qualquer atitude dessas  são áridas e não vão mudar nada, apenas promovem acidentes emocionais e pioram a situação.
O caminho correto é estimular a interiorização, fomentar a espiritualização, fazer pensar e refletir através de textos, debates  e filmes; contribuir assim com a resiliência. Irrigar o espírito crítico e  diminuir a ansiedade em relação às mudanças.
A ansiedade e a impulsividade, a busca do prazer ou mesmo resultados  momentâneos são os carrascos da mudança de comportamento.
O grande segredo da paz   é promover o encantamento pelo que se faz e pelas coisas ao nosso redor. Ninguém que vive de mau humor  e não trabalha com amor, consegue despertar esse “encantamento”.
Enquanto pais e educadores, devemos ter um olhar de liberação do imaginário, promover o brincar, estar atentos ao Belo, às criaturas e criação de Deus- sempre com respeito e proteção à natureza em geral, sensibilização.
A falta de empenho nesse encantamento pela vida propicia o embrutecimento e a falta de respeito pela vida em geral.
O conceito de indisciplina tem que ser revisto. Nem sempre a criança e o jovem que “bagunça” na escola e na sala de aula é um indisciplinado. Na maioria das vezes é um grito de socorro, um pedido de atenção.
Vamos, portanto, ter uma visão mais cuidadosa em relação ao nosso próximo,  nos empenharmos na vontade de promover mudanças de comportamento, ressignificando nossos conceitos  para alcançar mais facilmente nossos objetivos.

Rosely Rodrigues (Membro da Academia Guaçuana de Letras) 

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