Isto Posto, dá-se lugar para o Nonô ou Bertinho, e não interpreto os limites que margeiam as extremidades da tela da vida, como emoldurando compromissos entre o lá do passado e o cá, do presente, mas como um denso território em cujas bordas vivenciamos o risco e o fascínio do duplo sentido que é vida. Dissolvida a confortável ilusão da unidade, aprendi com o tempo a confrontar-me com o território do desconhecido. Isto para mim significou a passagem por águas turbulentas, pois em meu coração implantaram-se 3 pontes. Prefiro, sempre, percorrer por caminhos guiados pela subjetividade: assim, tenho com minha consciência a certeza que as pontes levantadas em meu coração são como totens elevados que adentram e percorrem os caminhos do meu EU interior que se entrelaçam com a literatura e a filosofia. Assim, é finalmente aceitar o aceno de tudo aquilo que, em nós ou fora de nós, se recusa à apropriação apaziguadora da identidade em mares de calmaria racional, pois afinal, como já disse Fernando Pessoa: Navegar é preciso, Viver não é Preciso!
Assim encerro deixando claro que minha entrada na Academia Guaçuana de Letras entende-se como fronteira franqueada ao livre trânsito de todas as polaridades, do contraditório das temporalidades e do efêmero de quem sou.
Alberto Carlos Paschoaletto (Membro da Academia Guaçuana de Letras)