quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Esperança

O que é uma imagem senão a que se decifra o presente. O que seriam as marcas do tempo, senão tudo que se viu e viveu intensamente. Hoje o sorriso jovial poderá em certo tempo, ser somente lembranças de uma aurora que já passou. Quero meus pés no presente. Quero sentir alegria. Por que não melancolias ao cair da noite, ao nascer do dia. Quero viver a vida, sabendo que tudo passa...
Serei o velhinho, com passos dolentes, a observar o horizonte, lembrando-se de suas conquistas e dissabores. Proferindo estórias para ouvidos que queiram ouvir... Despertando lágrimas e sorrisos. Trazendo mocinhos e bandidos para o café da tarde, quem sabe sozinho, quem sabe acompanhado... Para os que se fizerem presentes ou desavisados... Para os escolhidos ou enjeitados... Quem sabe...
Despir-me de prudência, mergulhar no gelado... Caminhar nu. Buscar indumentárias que não escravizam. Liberdade a gritar em noite de silêncio enclausurado. Quebrar a saudade de todos os retratos.
Passam as noites, passam os dias e ainda estou aqui para contemplá-los... Ainda de pé, muitas vezes acabrunhado, mas aqui.
Se for pra caminhar que seja à frente e feliz... E sorrindo...
Meus olhos haverão de ver o que se possa ser visto... Esperança me encontrará e eu a ela... Juntos faremos história... E descobrir afinal que tudo valeu a pena e nada se perdeu... Nada... Nada.

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